Na última década, o
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está a investigar 11 casos de
imigração ilegal no futebol. Isto para evitar que as crianças cheguem a
Portugal ou à Europa, com a promessa de ficarem num grande clube e depois
acabarem a trabalhar nas obras, conta hoje o Diário de Notícias.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras investigou
na última década, 11 casos de imigração ilegal relacionada com o futebol,
envolvendo dois menores. No entanto, este número parece irreal quando comparado
aos da Organização Internacional para as migrações, que estima em 15 mil jovens
africanos que todos os anos emigram ilegalmente para jogar futebol, revela o
Diário de Notícias.
A legislação foi reforçada pela FIFA em 2010 e as
transferências internacionais de menores de 18 anos foram proibidas, com a
exceção de que caso os pais venham com os menores não há ilegalidade.
Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos
Jogadores Profissionais de Futebol, admite que os casos que envolvem o tráfico
de jovens jogadores têm vindo a diminuir, ou pelo menos o número de queixas “é
menor do que o que sucedia há uns anos”.
Contornar as regras da FIFA que proíbem as
transferências de menores é, na opinião de Joaquim Evangelista, algo que alguns
clubes, em Portugal e na Europa, fazem usando vários estratagemas legais. Uma
das formas usadas pelos clubes passa por dar emprego a um dos familiares
diretos do menor.
O empresário guineense Catió Baldé, agente de Bruna
e de Amido Baldé, nega que atualmente esta situação ainda se verifique pois,
“foi uma tendência dos anos 80 na Europa. Atualmente, em Portugal não existe”.
Mas admite que é chamado com frequência ao SEF e à Polícia Judiciária para
responder perante denúncias de tráfico humano.
“Muitas vezes os jogadores não conseguem um
contrato profissional e têm que voltar. Os empresários que os trouxeram querem
cumprir com a palavra, mas são eles que não querem voltar, para não assumirem o
falhanço perante a família”, é assim que explica o procedimento.
Já o empresário Amadeu Ferreira conta que muitas
pessoas se tentavam passar por jogadores para conseguirem vir para Europa, nem
que fosse para trabalhar nas obras.
Neste momento, apesar de não poderem contratar
crianças, os clubes e empresários ficam atentos a estes jovens promessas para
mais tarde os conseguirem ter nos clubes.
Em Portugal, José Bica, de 11 anos, é a mais
recente aposta a ser disputada pelos três grandes.
Noticias ao Minuto
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