A Organização das
Nações Unidas (ONU) pediu ao governo do Japão para elaborar medidas
direcionadas a proteger os migrantes e suas famílias, independentemente do seu
estatuto de imigração. Segundo noticiou a agência Jiji Press, a organização
aponta que ainda existe no país uma forte discriminação étnica e
racial contra trabalhadores estrangeiros.
Yuval Shany, membro
da Comissão de Direitos Humanos da ONU, disse em coletiva de imprensa que
“são demasiadamente comuns” os atos de preconceito contra estrangeiros no
Japão. Segundo ele, o país recebe trabalhadores estrangeiros há mais de duas
décadas e ainda assim não foram promulgadas leis destinadas a protegê-los.
O último relatório
da ONU sobre direitos humanos revelou que em 2013 houve mais de 360
manifestações xenófobas no Japão, com uma concentração maior nos bairros
coreanos localizados na capital do país.
De acordo com o
relator da ONU, as autoridades japonesas devem buscar meios para controlar a
entrada e saída de trabalhadores estrangeiros no país, além de implementar
programas para garantir as condições necessárias de integração dos imigrantes
na comunidade local.
Shany disse
que as maiores comunidades estrangeiras no Japão são de peruanos, brasileiros,
chineses, coreanos do sul e filipinos. Em geral, eles trabalham em
fábricas ou atividades temporárias. Na sua maioria trabalham para fazer
economias e retornar ao país de origem.
Muitos decasséguis
deixam a família no Brasil e ficam sozinhos no Japão. Os brasileiros
descendentes de japoneses se queixam de dificuldades com o idioma e também das
barreiras para a integração social.
Em março deste ano, um grupo de torcedores do time de futebol Urawa Red exibiu
uma faixa com conotação racista durante um jogo. O texto com
discriminação étnica dizia “Japanese Only” (Somente japoneses, em
tradução livre), o que ganhou notoriedade internacional, causando revolta entre
ativistas e organizações de combate a discriminação racial
e étnica.
Como punição, a Liga Profissional de Futebol do Japão (J-League) determinou que o
time japonês fosse obrigado a jogar uma partida em casa sem espectadores.
Sob a lei japonesa atual, a polícia não pode intervir para interromper um
discurso de ódio.
Mundo Nippo
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