O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), defende a contratação de
médicos estrangeiros para atuarem no Brasil. Ele pretende levar essa discussão
para a próxima reunião, em junho, do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, do
qual é presidente.
O tema foi pauta da primeira reunião da nova diretoria da FNP (Frente
Nacional de Prefeitos), ontem, em Brasília. Marinho é secretário-geral do
colegiado, que reúne chefes do Executivo do Brasil todo e é comandado pelo
prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti (PDT).
Segundo Marinho, a contratação de médicos estrangeiros é necessária para
atender a demanda das cidades brasileiras. "As prefeituras enfrentam
dificuldades para manter os médicos trabalhando", disse o petista.
A importação de médicos tem sido discutida pelo governo federal para
atender a demanda na área de atenção básica das grandes cidades e nos
municípios do Interior.
A possibilidade tem sido criticada por estudantes de medicina, sob a
alegação de que a medida pode fechar o mercado para os futuros profissionais
brasileiros.
Segundo Marinho, o momento agora não é para discussão política, mas sim
de debater medidas práticas para acabar com o gargalo no sistema público de
Saúde.
A dificuldade para contratação e manutenção de médicos na rede pública é
reclamação recorrente das administrações municipais no Grande ABC.
Segundo Marinho, o objetivo é contratar de médicos em países em que a
oferta desses profissionais é maior do que no Brasil, como Portugal, Espanha e
Cuba. Mas salientou que ainda não há previsão de contratação. "Não vamos
tomar nenhuma decisão sem a orientação do Ministério da Saúde", disse.
O chefe do Executivo são-bernardense apontou que a crise econômica nos
países da União Europeia e o alto índice de desemprego como na Espanha, que tem
cerca de 2.500 médicos desempregados, é o maior incentivo para que
profissionais formados no Exterior venham clinicar na região.
"Estaremos dando oportunidade de trabalho, não há maior incentivo
que esse. Além disso, Nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra é comum a atuação
de profissionais que não são formados nesses países", alegou.
Na região, um médico clínico geral recebe em média R$ 8.000 para um
plantão de 12 horas.
Embora o assunto ainda esteja em fase embrionária, alguns estudos já
estão sendo realizados para regulamentar a contratação de médicos estrangeiros.
Uma das propostas é relativa ao modelo adotado no Canadá, em que o
médico contratado terá um período determinado para atuar no país, devendo
retornar depois ao território de origem.
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