A “frágil” acomodação entre sul-africanos e estrangeiros tende a
assumir contornos preocupantes, com o Fórum de Negócios de Gauteng, região que
compreende Joanesburgo e Pretória, as capitais económica e politica da África
do Sul, respectivamente, a apelar a imigrantes, incluindo moçambicanos, a
regressarem às origens, sob o risco de enfrentarem uma guerra contra a sua
presença no país.
Este
Fórum, que congrega proprietários de estabelecimentos comerciais, está a passar
esta mensagem a todos os es- trangeiros radicados no país, isto depois das
áreas de Orange Farm e Sebokeng, ambas no sul de Joanesburgo, terem-se
revoltado contra negócios de imigrantes.
Grupos
de sul-africanos hostis à presença de estrangeiros atacaram e pilharam, ultimo
fim-de-semana, “spazas” (barracas) pertencentes a imigrantes naqueles dois
bairros, estando, neste momento, muitos deles ao relento e outros acomodados em
esquadras da polícia.
A
tensão está também a afectar o bairro de Diepsloot, a norte de Joanesburgo,
onde grupos de sul-africanos saíram à rua, Segunda-feira, assaltando e pilhando
bens de imigrantes. O presidente daquela agremiação para a área de Pretória,
Mpane Baloyi, disse que o governo deverá parar de emitir mais vistos de
permanência de estrangeiros, ou que sejam confinados em campos de refugiados.
“Estas
pessoas não estão aqui por terem fugido dos seus países ou estarem em perigo de
vida. Estão aqui precisamente para destruir os nossos negócios, sobretudo de
proprietários de pequenos estabelecimentos comerciais, que estão agastados e
revoltados pela sua presença,” declarou Baloyi.
Ele
afirmou que “se alguma coisa não for feita pelo governo, haverá guerra contra
estrangeiros”. A directora do Centro para Migração e Sociedade da Universidade
sul-africana de Witwatersrand, no centro de Joanes- burgo, Loren Landau, não
exclui a possibilidade da ocorrência de mais ataques xenófobos no país.
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