sábado, 18 de maio de 2013

257 estrangeiros para trabalhar no Estado do Ceara


Dados do MTE para os três primeiros meses do ano apontam a evolução do interesse da Coreia do Sul no Ceará

Os sul-coreanos continuam sendo os estrangeiros que enviam maior número de profissionais para trabalhar no Ceará. Só nos primeiros três meses de 2013, das 257 autorizações emitidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 79 novos cidadãos do país asiático vieram exercer algum tipo de serviço aqui.

Mas engana-se que todo esse pessoal vem para trabalhar nas pequenas lojas de importados, roupas e bolsas do Centro de Fortaleza. A vinda dos sul-coreanos deve-se principalmente à construção de grandes indústrias no Estado.

A chegada deles, segundo dados do MTE, acontece desde 2012, exatamente quando começaram a se intensificar as obras da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Só no ano passado, o número licenças do MTE para sul-coreanos virem trabalhar no Ceará foi de 297.

CSP atrai novos coreanos

O empreendimento localizado entre São Gonçalo do Amarante e Caucaia conta duas empresas sul-coreanas como acionistas, a Posco e a Dongkuk, e investe na vinda de pessoal especializado neste tipo de indústria.

Dados da empresa responsável pelas obras do empreendimento, a Posco Engenharia e Construção (PEC), contabilizam que "só neste ano, foram contratados 17 coreanos para atuar na obra de construção da siderúrgica do Pecém", os quais devem permanecer no Brasil até 2015, para quando está previsto o término do projeto.

No entanto, atualmente, a PEC tem nos quadros de funcionários 129 sul-coreanos e mais 212 brasileiros.

A vinda desse pessoal, indiretamente, também atrai pessoal daquele país para o Estado, sejam parentes ou amigos, o que faz o número de licenças ser cada ano mais significativo.

Oficialmente, no que diz respeito a vinda de outros asiáticos para o Ceará com o objetivo de trabalhar, o MTE aponta uma queda nos registros de chineses - os únicos a virem para cá, além dos sul-coreanos. Enquanto em 2011, 32 chineses desembarcavam aqui para exercer algum serviço, no ano passado foram 24 e, até abril deste ano, apenas três cidadãos daquele país solicitaram autorização.

Interesse europeu continua

O levantamento da Coordenação Geral de Imigração (CGIg) do MTE também evidencia o permanente interesse dos europeus em trabalhar no Ceará. Logo abaixo da Coreia do Sul, Portugal é o segundo país a enviar mais profissionais para o Estado, com 60 autorizações no primeiro trimestre no ano.

Os números também relacionam a vinda destes estrangeiros aos grandes negócios em desenvolvimento nos municípios cearenses, pois aqui estão uma grande rede de resorts e até termelétricas cujos sócios/proprietários são portugueses.

Igual evidência é vista para os espanhóis, os quais somaram 29 com autorizações entre janeiro e abril último. Eles já são quase metade dos 79 que vieram no ano passado, quando um novo empreendimento do ramo metalmecânico foi lançado em Caucaia, o que, provavelmente, irá demandar mais pessoal espanhol para o Ceará.

Necessários à região

No entanto, a importação desta mão de obra não é aleatória. Mesmo com o interesse dos governos em ter grandes empreendimentos de multinacionais nos estados, há critérios para a liberação da autorização de trabalho.

De acordo com orientação do MTE, pessoal de fora do país só pode vir exercer atividades profissionais no Brasil se estas atividades não puderem ser ocupadas por brasileiros.

Este é o caso da construção das fundações da siderúrgica do Pecém, assim como da própria CSP e também da laminadora espanhola que será instalada no município de Caucaia.

Novas entradas são facilitadas

Além da segurança oferecida aos profissionais de multinacionais como a Posco Engenharia, os estrangeiros interessados em trabalhar em qualquer parte do Brasil tiveram muitas barreiras derrubadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ontem, quando foi publicada a Resolução Normativa nº 104, a qual visa simplificar "os procedimentos para a emissão de autorização de trabalho a estrangeiros com a finalidade de facilitar a entrada de mão de obra qualificada no País".

Apesar das críticas de alguns setores sobre a importação de profissionais de fora, segundo o texto, que cita o ministro Manoel Dias, as novas regras reduzem em até "dois terços" o tempo de emissão da licença, que leva cerca de 30 dias. "A resolução também elimina as exigências referentes à remuneração do estrangeiro, simplifica e clareia os procedimento de cancelamento de autorização, prorrogação e transformação de estada", diz o Conselho Nacional de Imigração (CNIg).

Foco nos estudantes

Outra medida também anunciada ontem pelo MTE, estudantes de fora poderão vir ao Brasil nas férias. "O profissional estrangeiro deve estar matriculado em mestrado, doutorado ou pós-graduação com, no mínimo, 360 horas e virá ao Brasil para uma experiência profissional em empresa brasileira". (AOL)

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA

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