A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ) acaba de
promover seu 39º congresso, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio, com o
tema “Negócios com alma - Criando uma nova economia”. Em um dos intervalos do
encontro, o presidente da ABRH-RJ, Paulo Sardinha, afirma à coluna ser
totalmente favorável à importação de profissionais, como médicos, engenheiros e
técnicos em turismo e explica sua posição.
– É claro que não quero isso para sempre. Hoje, no entanto, há
carência em muitas profissões e, a meu ver, os estrangeiros serão muito
bem-vindos, especialmente no Rio de Janeiro. Devemos usar a tecnologia que
trazem para enriquecer nosso trabalho e nossa economia – afirma, esclarecendo
que, em breve, isso não mais será necessário. Acentua que o estrangeiro que
chega no momento ao Brasil não está tirando emprego de nacionais, pois há vagas
em muitas especialidades.
– Não se deve analisar a questão de forma emocional, mas
técnica. Uma pesquisa aponta que empresas consideram que 70% dos que contratam
estão abaixo das necessidades requeridas e, portanto, só são aceitos por falta
de pessoal mais bem qualificado. Por que não aceitar, por algum tempo, a
contribuição dos estrangeiros? Não temos de mostrar visão acanhada, mas aberta
– declara enfaticamente o psicólogo, que tem especialização em educação. Afirma
que no mercado de trabalho brasileiro, os estrangeiros poderão contribuir com
sua tecnologia, de modo a permitir mais competitividade e produtividade.
Em relação a profissões mais modestas, Sardinha defende
convênios com instituições de ensino técnico, para aprimoramento. “Quando a
gente vai fazer um exame de sangue, não se exige ser atendido por médico, mas
por um técnico que saiba seu ofício com esmero. O mesmo se aplica ao taxista,
ao porteiro de hotel e à telefonista. Nesse segmento de menor especialização há
espaço para se melhorar muito, com apoio de instituições existentes, como Sesi,
Cefet e outros.”
Em relação ao sistema geral de emprego, afirma que o Brasil é
privilegiado, pois está em fase intermediária, em que pode escolher entre
diversos modelos, como o chinês, “excessivamente voltado à produção”, o
europeu, “baseado na busca de sistema de bem-estar” e no norte-americano, “que
sempre foi eficiente, mas que agora mostra perdas sérias, uma vez que a
sociedade não consegue prover salários que lhes permitam manter um sistema
baseado na força do mercado interno”. Afirma que caberá ao Brasil achar seu
próprio caminho, mas que, definitivamente, acredita que não se deve imitar o
modelo chinês, baseado em produção a todo custo.
Monitor Digital
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