Igreja quer ajudar o governo a encontrar soluções para prevenir a emigração precária e auxiliar os milhares de portugueses em situação difícil no estrangeiro
A Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) vai criar uma parceria com o Estado para apoiar os emigrantes lusos que partiram à procura de uma vida melhor e esbarraram numa série de problemas que os deixarem sem posses sequer para regressar a Portugal. O objetivo primordial passa por envolver as missões católicas, as coletividades ou associações de emigrantes e todas as instituições sociais que trabalham no terreno numa «plataforma de apoio» que permita, pelo menos, «repatriar aqueles que precisam», explicou à agência Ecclesia, Francisco Sales.
Segundo o presidente da OCPM, «muita gente foi para fora iludida e ficou sem nada». Outros «lançaram-se à aventura sem dinheiro, sem terem contrato de trabalho ou pelo menos uma relação familiar no sítio para onde foram e sem saberem falar a língua local». Resultado: caíram em situações de miséria. A «atuação de algumas agências de emprego temporário, muitas delas autênticas máfias controladas por portugueses”, é apontada como decisiva para o drama que atinge os emigrantes.
«É necessário criar legislação que criminalize e puna estas redes, para cortar o mal pela raiz», reivindica Francisco Sales, revelando que o acordo de cooperação com o governo pretende estender-se também à área do apoio social aos emigrantes, especialmente em países como a Alemanha, França, Inglaterra, Holanda, Luxemburgo e Suíça, onde a situação de precariedade é mais visível. Em abril, está prevista uma reunião com coordenadores de missões católicas, responsáveis de Cáritas e representantes da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia para consolidar estes projetos.
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