sábado, 27 de agosto de 2011
Mercado de trabalho para estrangeiro cresce no Amazonas
O número de autorizações concedidas a trabalhadores estrangeiros no Amazonas aumentou 170% no primeiro semestre comparado aos primeiros seis meses do ano passado. A construção civil e a indústria são os setores que mais absorvem essa mão de obra estrangeira no Estado. Os Haitianos e os japoneses lideram o ranking, segundo a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Amazonas (SRTE/AM).
Foram concedidos 676 vistos de trabalho de janeiro a junho de 2011, contra 250 no mesmo período de 2010. Os dados são da Coordenação Geral de Imigração (CGIg) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O Amazonas é o quinto Estado brasileiro com o maior número de autorizações de trabalho a estrangeiros no período, atrás do Rio de Janeiro (11.377), São Paulo (9.635), Minas Gerais (982) e Rio Grande do Norte (695).
Os trabalhadores do Haiti foram os estrangeiros que receberam o maior número de autorizações de trabalho no Amazonas (247), seguido dos trabalhadores do Japão (90), Estados Unidos (38), Coreia (32), Reino Unido (28) e outros países (241).
A SRTE/AM emitiu no primeiro semestre 974 carteiras de trabalho para estrangeiros, desse total uma média de 75% foram para haitianos.
“Os haitianos estão sendo absorvidos principalmente pela construção civil e empresas do comércio como padarias, confeitarias, supermercados, setores que estão necessitando de mão de obra urgente”, afirma o superintendente do trabalho e emprego no Amazonas, Dermilson Chagas.
Em contrapartida, os japoneses são contratados, principalmente, para o Polo Industrial de Manaus (PIM) para cargos de chefia ou para implantação de novas tecnologias, como explica a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Elaine Jinkings.
“Esses profissionais trazem conhecimento técnico para compartilhar com os trabalhadores locais. Normalmente, eles são de uma unidade estrangeira da empresa que já desenvolve essa troca de domínio técnico por um prazo determinado”, afirma.
Segundo Jinkings, o custo para as empresas trazerem esses trabalhadores de fora é muito alto, pois além do salário local (com moeda brasileira), a empresa tem que pagar o salário normal do funcionário (na moeda do país de origem). “Sem falar em hospedagem, transporte, alimentação etc. Então, como o custo é alto, é preciso valer a pena o deslocamento desse funcionário”, completa.
Vistos justificados
De acordo com o levantamento do CGIg, 36% do total de autorizações do Amazonas foram concedidas por situações consideradas especiais pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg), 34% foram para assistência técnica por até 90 dias, sem vínculo empregatício, 9% foram para assistência técnica, cooperação técnica e transferência de tecnologia, sem vínculo empregatício e 6,5% para administradores, diretores, gerentes e executivos com poderes de gestão e concomitância.
Os investimentos efetuados por estrangeiros no Amazonas somaram R$ 304,2 mil, o resultado já ultrapassa os investimentos realizados em 2009 e 2010, R$ 260,5 mil e R$ 276,7 mil, respectivamente.
Autorizações temporárias lideram
No primeiro semestre de 2011 foram liberadas 26,5 mil autorizações para estrangeiros trabalharem no Brasil, um aumento de 19,4% em relação aos seis primeiros meses de 2010. O tempo médio para concessão das autorizações de trabalho foi de 19,76 dias, de acordo com a CGIg.
“A média de tempo é para quem apresenta toda a documentação corretamente. Quem não apresenta, quem cai em exigência, tem que voltar à estaca zero do processo. Estamos desenvolvendo um novo sistema para que até o fim do ano possamos fazer todo o processo pela internet. A autorização para artistas demora menos porque eles vêm para uma temporada específica, preparam tudo com antecedência, têm uma produção quase sempre muito organizada. Por isso é mais rápido”, explicou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
Em relação à categoria das autorizações, aproximadamente 93% são temporárias (24.684), crescimento de 18,9% em relação ao primeiro semestre de 2010. A maior parte das autorizações temporárias foram concedidas para estrangeiros que trabalham a bordo de embarcações ou plataformas estrangeiras (8.234), queda de 0,12% em relação ao mesmo período de 2010. Em seguida estão artistas ou desportistas, com 4.504 autorizações, crescimento de 37,74%.
Para o ministro, o aumento está associado ao crescimento da economia. “Nos últimos anos o Brasil cresceu muito. Com este desenvolvimento, cresce o investimento, cresce a demanda por mão de obra interna - criamos um milhão de empregos no primeiro semestre - e também cresce a demanda por mão de obra externa. É um universo pequeno em relação à população”, comentou Lupi.
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