quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Grupo realiza fórum para debater com presidenciáveis propostas para imigrantes



No próximo dia 11 de setembro, a Guatemala se mobilizará para escolher quem governará o país pelos próximos quatro anos. Diante da conjuntura, e no marco da Semana Nacional do Imigrante, o Grupo de Trabalho Imigrações e eleições 2011 realizará hoje (31) o fórum Imigrações: Um compromisso de Estado 2012-2016.
O objetivo é ouvir os presidenciáveis, mas também apresentar propostas sobre as demandas dos guatemaltecos que imigraram para o exterior. Para isto, mais de 20 organizações sociais ligadas a imigrantes guatemaltecos nos Estados Unidos, familiares, ativistas de direitos humanos de imigrantes, acadêmicos e membros da Igreja Católica apresentarão a proposta ‘Imigrações, um compromisso do Estado 2012-2016′, norteada por uma política integral visando o respeito aos direitos humanos para evitar imigração forçada e melhorar oferta de trabalho na Guatemala.
Entre os candidatos à presidência, confirmaram presença no fórum Manuel Baldizón, do partido Líder; Harold Caballeros, de Viva-EG; Juan Gutiérrez, do Partido da Avanzada Nacional (PAN); Patricia de Arzú, do Partido Unionista; Rigoberta Menchú, da Frente Ampla; Alejandro Giammattei, do partido Casa; e Adela de Torrebiarte, da Ação de Desenvolvimento Nacional (ADN).
Atualmente, estimados em 1,5 milhão, os imigrantes remetem à Guatemala cerca de 4 bilhões de dólares por ano, importante soma para a economia fragilizada do país. Apesar disso, enfrentam situação difícil. Apenas em 2010, mais de 28 mil guatemaltecos foram deportados dos Estados Unidos, principal país de destino.
De acordo com a coordenadora executiva da Mesa Nacional para as Imigrações na Guatemala (Menamig, na sigla em espanhol), Elísabel Enríquez, o tema imigratório não é prioridade na maioria dos projetos dos partidos políticos, o que constitui motivo de preocupação para os movimentos e acaba por alimentar um ciclo.
“Tem que levar em conta que, na medida em que os imigrantes no exterior não tenham o direito ao voto, o tema imigratório continuará sendo para os políticos um tema de baixo perfil”, afirmou. Ela denunciou ainda que nos últimos processos eleitorais houve muitas promessas aos imigrantes, que, contudo, não foram efetivadas.
Pelo “voto castigo”
Cansados de tantas promessas vazias, o grupo de imigrantes ‘Guatemaltecas e Guatemaltecos por um Voto Consciente’ enviou cartas aos seus familiares na Guatemala, no dia 1º de agosto, exortando-os a não votar em partidos que não levam a sério o tema da imigração.
“Apesar das promessas ao longo de muitos anos – os períodos de governo de [Alfonso] Portillo, [Óscar] Berger e [Alvaro] Colom – de organizar o voto e a representação das guatemaltecas e guatemaltecos no estrangeiro, ao final simplesmente zombaram de nós. Nos enchem de elogios; mas não reconhecem nossos direitos. Nós estamos convencidos de que chegou o momento de lhes dar o troco, quer dizer, de demonstrar com o voto castigo, que temos peso político”, defendem.
A carta não aponta em que candidato votar, mas explica a negativa de vários nomes. Dentre eles, os candidatos dos partidos PAN, Gana e Unionista que, em governos anteriores, não implementaram adequadamente os Acordos de Paz, acelerando o êxodo de guatemaltecos do país.
Já partidos como FRG tiveram a chance de reformar a lei Eleitoral e de Partidos Políticos, garantindo direito de votar e ser votado aos imigrantes, mas não o fizeram. O Unidade Nacional da Esperança (UNE), partido do atual presidente, Álvaro Colom, fez várias promessas aos imigrantes, nenhuma concretizada. A mesma atitude foi adotada pelos partidos Patriota, Lider e Creo.
“Não se deixem seduzir pelos ‘cantos de sereia’. É necessário emitir um voto de castigo. Não ao PAN, Gana, PU, FRG, UNE, Patriota, Lider e Creo. Por cada cidadão imigrante, há não menos de cinco cidadãos que votam. Neguemos um milhão de votos aos partidos que nos têm abandonado e elejamos pessoas coerentes. É tempo de mudar”, finalizam.

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