segunda-feira, 15 de agosto de 2011

França reduz a metade lista de profissões autorizadas a imigrantes não-comunitários


Trabalhar na construção e obras públicas ou na área da informática deixou de ser opção para um candidato a imigrante em França que venha de um país exterior à União Europeia. Foi reduzida a menos de metade (de 30 para 14) a lista de profissões em que o Estado francês abre as portas a profissionais classificados, por existirem faltas que o mercado de emprego nacional não consegue preencher.


Reduzir os "fluxos migratórios", mesmo os legais, é o objectivo expresso do Governo. O ministro do Interior, Claude Guéant, tinha anunciado no dia 8 que pretendia reduzir de 200 mil para 180 mil o número de entradas legais de estrangeiros em França, quer se trate de imigração "de trabalho, de estudo ou relacionada com o reagrupamento familiar".

A intenção de rever a lista de profissões, que tinha sido elaborada em 2008, foi anunciada na Primavera pelo Presidente Nicolas Sarkozy. O objectivo, dizia o jornal de economia Les Echos ainda em Julho, era de reduzir para metade o número de vistos atribuídos a estes imigrantes - de 20 mil para 10 mil. "Circunscrevê-los à profissões mais específicas, que correspondam a necessidades significativas de mão-de-obra", escrevia o jornal.

Assim, a nova listagem, elaborada pelos ministérios do Interior e do Trabalho, publicada ontem no jornal oficial, inclui especialistas em "intervenção técnica em mobília e madeira", ou "audições e fiscalização de contabilidade" e controlo de equipamento de transformação do vidro, por exemplo.

Os verdadeiros cortes, sublinhava o jornal económico, verificam-se no sector de construção e obras públicas e na informática. Nestas áreas, são considerados apenas o desenho na área da construção civil e a informática ao nível de "engenheiro de produção e exploração de sistemas de informação".

A medida é criticada pelos sindicatos e pelo Partido Socialista, que consideram basear-se numa abordagem "nacionalista" da política de imigração. Mas os empresários da construção civil não se preocupam muito. "Os nossos meios de produção continuam sobredimensionados face ao mercado actual", disse à revista da especialidade Usine Nouvelle Didier Ridoret, presidente da Federação Francesa da Construção.

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