terça-feira, 31 de maio de 2011

Crise europeia relança imigração para América Latina


A imigração de espanhóis para a América Latina está a registar nova onda. No século passado, os migrantes eram pessoas de classes mais pobres que passavam fome na Europa. Desta vez, são os jovens com formação universitária que não encontram emprego que estão a optar por viver num continente que cresce em média 6% por ano.
Enquanto em Espanha os engenheiros de dedicam a "parvoíces", na América Latina são necessários "para fazer coisas sérias", argumenta um diplomata latino-americano numa reportagem do El País. "Há que fazer casas, condutas de água, infraestruturas de transporte, redes eléctricas. Essa é a realidade de um continente inteiro, que ainda por cima fala espanhol. Enquanto a Europa chapinha para tirar a barba da crise, a América Latina está por fazer. E a novidade é que há dinheiro para isso", escreve o jornal espanhol.
Segundo este diário, "uma geração de espanhóis arrasta os seus estudos superiores e pós-graduações de porta em porta sem conseguir emprego estável nem com perspectivas de futuro. Enquanto isso, um continente que está a assentar as bases do seu desenvolvimento futuro necessita de trabalhadores qualificados" e os seus sistemas de ensino não conseguem produzi-los em quantidades mínimas.
Além da América Latina que fala espanhol, o El País dá ainda destaque ao Brasil, a maior potência regional. Numa conversa recente com Pilar Pin, directora geral de Cidadania Espanhola no Estrangeiro, o ministro do Trabalho brasileiro, Carlos Lupi, admitiu que o Brasil necessita de 1,9 milhões de pessoas altamente qualificadas e que Espanha pode suprir parte das necessidades. Mas Pilar Pin salienta as grandes dificuldades que as leis brasileiras colocam a estrangeiros que querem criar empresas, as limitações nos vistos de permanência para trabalhadores que são enviados por empresas externas e os baixos salários que são pagos a trabalhadores importados, um quarto dos praticados em Espanha.

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