O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (10) os
termos do acordo firmado entre o governo brasileiro e a Organização
Internacional para as Migrações (OIM), em abril de 2010. O texto aprovado é o
do Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 3/2014, que segue agora para
promulgação. O acordo autoriza, por exemplo, a OIM a abrir escritório no Brasil
e a ter os mesmos privilégios e imunidades concedidos às agências
especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU) instaladas no país. Entre
os privilégios, está a isenção tributária para ativos, rendas e outros bens da
organização.
O texto ainda prevê que as autoridades brasileiras devem
se comprometer a adotar as medidas adequadas para garantir a segurança e a
tranquilidade das instalações da OIM no Brasil. A organização tem como objetivo
defender a dignidade humana e o bem-estar dos migrantes. Em abril do ano
passado, o governo federal anunciou parceria com o organismo para consolidar
dados das rotas usadas pelos haitianos que entram ilegalmente no país, assim
como os riscos a que são submetidos.
O senador Jorge Viana (PT-AC), que presidia a sessão,
informou que o acordo precisa da aprovação no Senado para ter validade e disse
que teve o privilégio de ser relator da proposta na Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional (CRE). No relatório, Viana destacou que a OIM,
criada em 1951, é a principal organização intergovernamental voltada para a
questão das migrações e conta com 155 estados-membros, dedicando-se a
solucionar os problemas resultantes das migrações.
— O acordo, ao garantir à OIM e ao seu pessoal os mesmos
privilégios e imunidades conferidos às agências especializadas das Nações
Unidas, permite que aquela organização possa cumprir o objetivo de estabelecer
cooperação no âmbito das migrações por período prolongado — defendeu.
MP 658
Jorge Viana informou ao Plenário que a pauta está
trancada pela Medida Provisória (MP) 658/2014, que trata do marco civil das
ONGs (Lei 13.019/2014). O trancamento, porém, não atinge matérias como a do
acordo internacional. Viana disse esperar que os líderes cheguem a um
entendimento o quanto antes sobre a MP, pois se trata de um assunto “da maior
importância”.
— Esse é o tipo de agenda que atende ao interesse de toda
a sociedade — afirmou Viana.
Na mesma linha, o senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP) lembrou que é o autor do projeto que deu origem à lei e disse que
também aguarda um rápido entendimento sobre a questão.
Agência Senado
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