Com o Estado vivendo uma das piores enchentes de sua
história, o governo do Acre encaminhou nesta terça-feira (24) um documento à
presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira (24), pedindo "ações
imediatas" por parte do governo federal.
Além disso, o governador Tião Viana (PT) faz um apelo
para que que os haitianos não venham ao Brasil pelo Acre ate que a situação de
normalidade seja retomada.
"Nós reivindicamos ao governo federal que pelo menos
avise ao governo do Haiti a restrição da saída de pessoas de Porto Príncipe
[capital do país]. E se saírem, que saiam com visto para entrar em qualquer
Estado brasileiro, mas não venham para o Acre. Que escolham outra rota, porque
nós não temos condições de fazer acolhimento dessas pessoas", afirmou o
governador, em nota publicada no site de notícias oficial do governo.
A cidade de Brasileia, que sempre recebe haitianos, está
em calamidade pública e com 90% de sua área alagada pela subida recorde do rio
Acre
Por conta da subida recorde do rio Acre, a cidade está
isolada, sem serviços telefonia e com parte dos moradores sem energia. A ação
de socorro às vítimas na cidade conta com 450 homens, entre integrantes do
Corpo de Bombeiros e dez secretarias estaduais.
Segundo o governo acriano, desde 2010 mais de 32 mil
haitianos já entraram no Brasil pelo Acre, a partir fronteira do Peru com a
cidade Assis Brasil, seguindo para Brasileia.
Número
de afetados pela enchente do rio Acre aumentou
Segundo boletim divulgado na noite desta terça-feira, o
nível do rio continua subindo nas quatro cidades afetadas, assim como cresceu o
número de pessoas afetadas. Agora, já são mais de 5.100 que tiveram que deixar
ruas casas.
Na capital Rio Branco, o rio Acre estava, às 18h, em
15,73 metros. Na cidade, 267 famílias estão desabrigadas. O Parque de
Exposições, para onde as pessoas que ficaram sem casa foram levadas, acomoda
1.017 vítimas. A cidade está em situação de emergência.
Já a medição em Basileia e Epitaciolândia apresenta marca
de 15,46 metros. A Defesa Civil estima que mais de 900 famílias tenham sido
atingidas pela enchente, com 3.126 pessoas afetadas diretamente na região de
fronteira.
Em Xapuri, o rio apresenta seu maior volume. A medição
das 18h registou o nível de 16,76 metros, o que levou os atendimentos do
hospital da cidade a serem transferidos para a Unidade Básica de Saúde. No
município, 64 famílias encontram-se desabrigadas e outras 228, desalojadas. Não
há informações de número exato de pessoas afetadas, mas estima-se que elas
devem chegar a 1.000.
Por conta da situação, o ministro da Integração Nacional,
Gilberto Occhi, anunciou que vai ao Acre na próxima sexta-feira (27) verificar
a situação das regiões atingidas pela enchente.
Folha
de Sào Paulo
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