terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Imigrantes enfrentam inverno rigoroso na Sérvia


Requerentes de asilo e imigrantes enfretam frio da Sérvia, sem bens alimentares, cuidados de saúde ou espaços de acolhimento suficientes

Cidadãos requerentes de asilo, refugiados e imigrantes que arriscaram as suas vidas para chegar à Europa estão em florestas e edifícios abandonados na Sérvia confrontando-se com temperaturas de um inverno rigoroso, sem alimentos ou abrigos suficientes, segundo os Médicos Sem Fronteiras (MSF). As equipas desta organização encontram-se a fornecer bens de primeira necessidade e cuidados médicos urgentes a estas pessoas. Ao mesmo tempo, os MSF estão a pedir às autoridades sérvias e aos Estados-membros da União Europeia (UE) que prestem auxílio aos requerentes de asilo.
A Convenção de Dublin pede que requerentes de asilo que entrem irregularmente na UE solicitem refúgio no país de chegada ao continente europeu. Contudo, imigrantes e requerentes de asilo estão a fugir cada vez mais de condições precárias na Grécia e na Bulgária, atravessando a região dos Balcãs a caminho do norte da Europa. Segundo o gabinete de requerimento de asilo sérvio, cerca de 16.500 requerentes de asilo entraram na Sérvia no último ano, na tentativa de encontrar refúgio.
Para Stuart Alexander Zimble, coordenador dos MSF na região dos Balcãs, a Grécia, a Bulgária e a UE «devem melhorar o acesso a procedimentos de requerimento de asilo e condições de acolhimento dos requerentes de asilo recém-chegados». «A situação está tão má na Grécia que ninguém não pode ficar lá como requerente de asilo», disse um refugiado afegão que passou 18 meses num centro de detenção na Grécia. Depois foi para a Macedónia e em seguida para a Sérvia.
Já na Sérvia, muitos requerentes de asilo descobrem que a única opção é dormir ao relento, sob lonas plásticas ou em barracas improvisadas, apesar das temperaturas de inverno, que podem chegar a 20 graus abaixo de zero. Diariamente, na localidade de Bogovadja, dezenas de requerentes de asilo esperam que os seus pedidos serem registados. Nesse local, o gabinete de requerimento de asilo processa apenas uma quantidade determinada de registos por dia, forçando as pessoas a esperar na floresta próxima da povoação.
Na cidade de Subotica, próxima da fronteira com a Hungria, os imigrantes abrigam-se em edifícios abandonados e em ruínas. Alguns estão a dormir escondidos nos campos, para evitar o encontro com a polícia. Os MSF pedem que os Estados-membros da UE, sobretudo a Hungria, não forcem o regresso de pessoas nacionais de outros países à Sérvia. Já a Sérvia, com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), deve oferecer assistência adequada e proteção internacional aos requerentes de asilo.

Fatima Missionaria

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