Requerentes de
asilo e imigrantes enfretam frio da Sérvia, sem bens alimentares, cuidados de
saúde ou espaços de acolhimento suficientes
Cidadãos requerentes de asilo, refugiados e imigrantes que arriscaram as
suas vidas para chegar à Europa estão em florestas e edifícios abandonados na
Sérvia confrontando-se com temperaturas de um inverno rigoroso, sem alimentos
ou abrigos suficientes, segundo os Médicos Sem Fronteiras (MSF). As equipas
desta organização encontram-se a fornecer bens de primeira necessidade e
cuidados médicos urgentes a estas pessoas. Ao mesmo tempo, os MSF estão a pedir
às autoridades sérvias e aos Estados-membros da União Europeia (UE) que prestem
auxílio aos requerentes de asilo.
A Convenção de Dublin pede que requerentes de asilo que entrem
irregularmente na UE solicitem refúgio no país de chegada ao continente
europeu. Contudo, imigrantes e requerentes de asilo estão a fugir cada vez mais
de condições precárias na Grécia e na Bulgária, atravessando a região dos
Balcãs a caminho do norte da Europa. Segundo o gabinete de requerimento de
asilo sérvio, cerca de 16.500 requerentes de asilo entraram na Sérvia no último
ano, na tentativa de encontrar refúgio.
Para Stuart Alexander Zimble, coordenador dos MSF na região dos Balcãs,
a Grécia, a Bulgária e a UE «devem melhorar o acesso a procedimentos de
requerimento de asilo e condições de acolhimento dos requerentes de asilo
recém-chegados». «A situação está tão má na Grécia que ninguém não pode ficar
lá como requerente de asilo», disse um refugiado afegão que passou 18 meses num
centro de detenção na Grécia. Depois foi para a Macedónia e em seguida para a
Sérvia.
Já na Sérvia, muitos requerentes de asilo descobrem que a única opção é
dormir ao relento, sob lonas plásticas ou em barracas improvisadas, apesar das
temperaturas de inverno, que podem chegar a 20 graus abaixo de zero.
Diariamente, na localidade de Bogovadja, dezenas de requerentes de asilo
esperam que os seus pedidos serem registados. Nesse local, o gabinete de
requerimento de asilo processa apenas uma quantidade determinada de registos
por dia, forçando as pessoas a esperar na floresta próxima da povoação.
Na cidade de Subotica, próxima da fronteira com a Hungria, os imigrantes
abrigam-se em edifícios abandonados e em ruínas. Alguns estão a dormir
escondidos nos campos, para evitar o encontro com a polícia. Os MSF pedem que
os Estados-membros da UE, sobretudo a Hungria, não forcem o regresso de pessoas
nacionais de outros países à Sérvia. Já a Sérvia, com o apoio do Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), deve oferecer
assistência adequada e proteção internacional aos requerentes de asilo.
Fatima
Missionaria
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