O novo governo grego quer fechar os centros de
internamento de estrangeiros na Grécia - informou neste sábado (14) ministro,
após o suicídio de um imigrante paquistanês.
"Vim aqui para expressar minha vergonha. Estamos
fartos dos centros de internamento", anunciou Yannis Panoussis, ministro
de Proteção Cidadã, após ter visitado o centro de Amygdaleza, nos arredores de
Atenas, onde se suicidou o jovem.
O paquistanês entrou na Grécia pela ilha de Creta (sul)
em dezembro, e foi transferido para Amygdaleza algumas horas antes de sua
morte. "Vamos fazer o que dissemos
antes das eleições, e que o dissemos ante ao Parlamento", declarou o
ministro. O Syriza já havia manifestado sua intenção de transformar esses
estabelecimentos em centros de acolhida.
Cerca de 50 pessoas protestaram em frente ao centro
durante a visita do ministro. Do outro lado da grade, manifestantes mostravam
cartazes com inscrições em inglês que diziam "Liberdade. Aqui se
morre".
A decisão vai de encontro às ideias do partido
nacionalista Gregos Independentes, aliado do Syriza no governo, que defende um
controle mais firme da imigração. E as associações de defesa de direitos
humanos temem que o governo não possa cumprir o prometido por culpa dos
deputados da formação direitista.
O centro de Amygdaleza vem sendo alvo de críticas há
algum tempo. Foi construído para receber cerca de 1.000 pessoas, mas abriga
quase o dobro.
A Grécia é uma das maiores portas de entrada da Europa,
em especial para os imigrantes procedentes do Afeganistão e da Síria. Atenas já
pediu em várias ocasiões uma revisão do regulamento de Dublin, que prevê que o
primeiro país onde chega um imigrante na Europa seja responsável por examinar
seu pedido de asilo.
AFP
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