O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apelou a todos os judeus da Europa para que considerem uma "imigração massiva" para Israel. A convocação ocorreu um dia depois de tiroteios em uma sinagoga e um evento em prol da liberdade de expressão na Dinarmarca, matando duas pessoas — uma dela era um segurança judeu de 37 anos.
De acordo com Netanyahu, o governo do país deve se reunir neste domingo para discutir um plano de US$ 46 milhões para encorajar a imigração judaica para fora da França, da Bélgica e da Ucrânia.
"Essa onda de ataques deve continuar", disse Netanyahu durante a abertura de uma reunião do Parlamento. "Os judeus merecem estar seguros em qualquer país, mas nós lembramos aos irmãos e irmãs judeus que Israel é a casa deles."
O principal rabino da Dinamarca, Jair Melchior, disse ter ficado "decepcionado" com o chamado de Netanyahu para a imigração de judeus. "O terrorismo não é motivo para que nos mudemos todos para Israel", ele criticou.
PROTEÇÃO INTEGRAL
Os ataques de ontem também motivaram uma organização judia da União Europeia a exigir proteção em tempo integral de instituições judaicas. O rabino Menachem Margolin, diretor-geral da Associação Judaica Europeia, acusou os governos europeus de não agirem com intensidade suficiente para combater preconceitos e ataques antissemíticos.
Em depoimento, Margolin afirmou haver a necessidade de proteger todas as instituições judias horas por dia" e exigiu que a União Europeia tome medidas para aumentar a segurança dos locais. Ele também pediu a criação de uma força-tarefa europeia para reforçar a proteção de instituições judaicas e para organizar campanhas educacionais contra o que chamou de "antissemitismo crescente".
"Os líderes europeus precisam nos apoiar na luta contra o terror nas nossas pátrias", disse o líder da associação judaica, que tem sua sede em Bruxelas.
Na quinta-feira, chefes de Estado da União Europeia concordaram em coordenar um esforço de cooperação na área de anti-terrorismo como resposta aos atentados em Paris no mês passado que deixaram 17 vítimas. Um dos alvos atingidos pelos terroristas foi um supermercado kosher, onde quatro reféns, todos eles judeus, foram mortos.
Após os ataques do sábado, o presidente da União Europeia, Donald Tusk, afirmou que os últimos atos de violência só serviriam para fortalecer a decisão da UE de combater todos os tipos de extremismo e terrorismo. "Nós vamos avançar nas nossas novas prioridades, definidas em acordo, na luta contra o terrorismo", disse Tusk em depoimento. "Nós vamos enfrentar essa ameaça juntos."
Brasil Spot
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