segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

estrangeiros relatam a história de suas vidas usando fotos

Um grupo de sete pessoas, incluindo três brasileiros, participou de uma das atrações do 5º Festival Global OSNY ARASHIRO/ALTERNATIVA Hamamatsu - Durante o 5º Festival Global de Hamamatsu, realizado no domingo, 15, no Create de Hamamatsu (Shizuoka), foi realizado o evento "Fotos que Contam a Minha História".

Sete pessoas originárias do Brasil, Peru, China, Filipinas e Vietnã contaram suas experiências de vida no país de origem e Japão através de fotografias pessoais.
Organizado pela HICE – Fundação para Comunicação e Intercâmbio Internacional de Hamamatsu, o objetivo maior deste evento é promover a compreensão e o intercâmbio internacional.

A brasileira sansei Marina Toyomi Shiiki fez a sua apresentação vestida com um elegante quimono. Começou apresentando sua família natural da província de Okayama e seus pais, que casaram pela conhecida tradição do omiai (apresentação ou casamento arranjado).
Marina é a quinta filha de um total de oito. Quando ela chegou ao Japão em 1990, o pouco do idioma japonês que conhecia era um linguajar antigo, aprendido dos avós. Por não compreender as modernas palavras japonesas, decidiu aprender o idioma. Atualmente ela lidera o Grupo Semente para o Futuro, com o qual leciona português e cultura brasileira para japoneses.

Japão multicultural

Rodrigo Fujii, brasileiro sansei, apresentou fotos dos avós japoneses e do casamento dos seus pais. Com humor, ressalta seu lado brasileiro dizendo que nasceu sem a aparência de japonês: "Gosto muito de carne de churrasco e de samba, mas minhas raízes são japonesas".
No Brasil, quando frequentou o jardim da infância, Rodrigo era o único nikkei da turma e seu único contato com a cultura japonesa era quando visitava a casa dos seus avós.
Ao chegar no Japão em julho de 2000, ele foi trabalhar em uma fábrica sem saber nada do idioma japonês. "Durante o expediente, pedi ao chefe para ir beber água e ele me deu uma bronca", conta. Rodrigo decidiu que iria aprender o japonês para buscar uma vida melhor.

Após muitos anos de estudos, Rodrigo conseguiu aprovação no N1, o nível máximo do exame de proficiência japonesa. Atualmente, ele é coordenador de cursos do idioma japonês para estrangeiros da JICE (Japan International Cooperation Center).
Rodrigo também mostrou uma foto com Tadaaki Ogai, da NPO Brasil Bunka Koriyu Shinkokai, entidade que promove eventos de intercâmbio entre Brasil e Japão. "Ele me ensinou sobre a cultura do Japão e a maneira de pensar dos japoneses", disse.
Ao finalizar sua apresentação, Rodrigo fez uma mágica enquanto solicitava "vamos construir uma cidade multicultural, um Japão multicultural" e fez aparecer das mãos bandeirinhas de vários países.

Guerra do Vietnã

O vietnamita Tram Van Minh adotou o nome de Yamada Akira. Sua primeira foto apresentada foi a de um barco à deriva no mar. Yamada passou pela experiência de refugiado do boat people – contingente de fugitivos em consequência da Guerra do Vietnã (1955 – 1975) que navegavam em canoas improvisadas pelo mar do sudeste asiático em busca de asilo.

Após uma tempestade no mar, Yamada e outros refugiados foram salvos por um navio inglês. Natural da cidade de Ben Tre, região do delta do rio Mekong, no Vietnã do Sul, ele conseguiu asilo no Japão e estudou o idioma japonês em Tóquio. Há duas décadas presta serviços para a comunidade católica de Hamamatsu, levando esperanças aos devotos, longe dos horrores da guerra.

Foto: Osny Arashiro/Alternativa

Os sete participantes: a partir da esquerda, Marie Takai (Filipinas), Mitsui Shinichi (China), Marina Shiiki (Brasil), Rodrigo Fujii (Brasil), Tran Van Minh (Vietnã), Eduardo Rudas Rivero (Peru) e Wallison Uchiyama (Brasil)

Alternativa Online

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