O presidente do Sindicato de jogadores, Joaquim Evangelista, já tinha lançado o alerta para a
situação de jovens jogadores alvo de tráfico e abuso, uma situação que
o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) estará agora a investigar, segundo
noticia hoje o Jornal Expresso.
Serão mais de mil os jovens que são provenientes sobretudo do Brasil mas
também de países Africanos, a quem é prometida uma oportunidade de integraremos
clubes portugueses da I Liga mas que depois são abandonados à sua sorte.
Os supostos agentes desportivos escolhem os jovens que revelam jeito
para a bola e pedem às famílias um pagamento de cinco mil euros para costear a
viagem e os primeiros passos no futebol português, a troco de uma garantia de
jogarem nos principais clubes ou na segunda divisão.
Os jovens entram em Portugal com visto de turismo ou com isenção de
visto, mas sem a assinatura de contratos nunca conseguem a legalização do visto
de residência, o que acontece em 90% dos casos.
Segundo o jornal, que cita uma fonte próxima da investigação, os clubes
mais pequenos servem como “barrigas de aluguer” para estes jogadores ilegais,
ganhando dinheiro se conseguirem transferi-los para clubes de maior dimensão.
Os esquemas utilizados são semelhantes aos das redes de tráfico de
imigração de Leste no início deste século.
No âmbito desta investigação o SEF já investigou 104 clubes e 508
jogadores estrangeiros foram identificados pelas autoridades. Destes 203 não
tinham habilitações para exercer a atividade desportiva. Mais de 100 jogadores
foram notificados pelo SEF no início deste mês para abandonarem o país no prazo
de 20 dias.
Três atletas terão sido detidos e 25 clubes da região centro foram
multados por não cumprirem as regras.
A Federação Portuguesa de Futebol está a preparar-se para introduzir, em
Abril, um regulamento no estatuto de inscrição e transferência de jogadores que
obriga à apresentação de documentação que ateste a legalidade da permanência de
jogadores estrangeiros em solo português.
SapoDesporto
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