Um número crescente de
pessoas são exploradas e obrigadas a fornecer seus próprios órgãos para serem
transplantados em outras pessoas, denunciou a
relatora especial da ONU sobre o tráfico humano, Joy Ngozi Ezeilo,
“A raiz do problema é
uma aguda escassez de órgãos para transplante em todo o mundo e um descompasso
entre a crescente demanda por transplantes e os estritos limites definidos nas
fontes disponíveis”, disse a especialista em seu relatório anual para a Assembleia Geral da ONU.
Ezeilo também chamou a
atenção para a falta de informação sobre a remoção de órgãos e afirmou que isso
é resultado, principalmente, da natureza clandestina do tráfico e do fato das
vítimas terem pouca oportunidade para denunciar, já que, em sua maioria, elas
são pobres, desempregadas e com baixo nível educacional.
Estudos de casos
analisados pela relatora mostram que as vítimas, em particular as do leste
europeu, América do Sul e Ásia, são atraídas para vender seus órgãos com a
promessa de grandes quantidades de dinheiro que quase nunca são pagas na
íntegra.
O estudo também mostra
que a assistência médica pós-operatória oferecida às vítimas é muitas vezes
inadequada. Muitos sofrem exclusão social e enfrentam ameaças diretas para não
denunciarem o tráfico.
Ezeilo ressaltou as
deficiências nas leis e políticas sobre o tráfico de pessoas para a remoção de
órgãos, inclusive a nível internacional. “Leis inadequadas não só evitam fortes
respostas nacionais como também inibem a cooperação internacional”, afirmou.
Os Estados devem
aumentar seus esforços para cumprir sua obrigação internacional para acabar com
todas as formas de tráfico humano, inclusive para a remoção de órgãos, disse a
especialista da ONU.
Agencia ONU
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