Por trás das estatísticas e manchetes
sobre migrantes estão pessoas que, por diferentes motivos, deram um passo rumo
ao desconhecido e tentaram começar uma nova vida em outro lugar. Não perder de
vista esse outro lado é tão fundamental para compreender a questão migratória
quanto entender as estatísticas e estudos sobre o tema.
Seja por medo, traumas ou mesmo
timidez, tomar conhecimento dessas histórias pode não ser tarefas das mais
fácies, mas certamente cada uma delas tem potencial para ser uma verdadeira
aula de vida.
Algumas dessas
histórias podem ser encontradas no site Migrants
Contribute, desenvolvido pela Organização Internacional das
Migrações (OIM ou IOM, na sigla em inglês). Segundo a entidade, o portal é
parte de uma campanha que visa enfatizar não de onde vêm os migrantes, mas o
que eles trazem consigo – habilidades pessoais, pontos de vista, elementos
culturais, entre outros.
Uma das histórias presentes no site é a
da jornalista vietnamita Katie Nguyen, que deixou o país com apenas dois meses
de idade por causa da Guerra do Vietnã. Criada em Hong Kong e depois no
Reino Unido, hoje procura usar a própria experiência para dar um lado mais
humano às reportagens que escreve.
“Em muitos países, as pessoas
superestimam os custos e subestimam os benefícios da migração internacional”,
diz o economista sul-africano Ian Goldin, que atualmente dirige o European Bank
for Reconstruction and Development e é outro perfilado pelo Migrants
Contribute.
Também é
possível encontrar relatos marcantes sobre migrantes e refugiados dispersos em
diversos sites, blogs, jornais e revistas. Um bom exemplo recente é a história
da congolesa Ornela Sogo, 23, publicada pela jornalista Fabíola Ortiz no portal Opera Mundi.
Sobrevivente de conflitos armados na norte da República Democrática do Congo,
Ornela chegou ao porto de Santos por acaso em fevereiro deste ano. Durante esse
tempo, passou por situações tão adversas e extremas que houve quem duvidasse da
veracidade de sua história. Atualmente morando e trabalhando no Rio de Janeiro,
Ornela não pretende voltar tão cedo ao Congo, mas tem como maior sonho rever a
família – que hoje vive nos EUA.
Segundo a IOM/OIM, são cerca de 232
milhões de imigrantes, o equivalente a 3% da população mundial – só para efeito
de comparação, o Brasil tem em torno de 190 milhões de habitantes. Ignorar o
que eles têm a dizer é um erro recorrente que precisa ser combatido. E os
exemplos acima mostram que corrigir essa falha é plenamente possível, além de
render belas lições de vida.
MIGRAMUNDO
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