sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Guia do Imigrante: Cabo Verde quer maior integração social dos estrangeiros

Cabo Verde publicou o Guia do Imigrante e, paralelamente, anunciou um programa de apoio à promoção da integração dos cidadãos estrangeiros a residir no arquipélago, estimados em quase 20.000.


Numa cerimónia que decorreu na Biblioteca Nacional da Cidade da Praia, o livro, organizado e apoiado pela Unidade Coordenadora da Imigração (UCI) e pela Organização Internacional das Migrações (OIM), contém todas as informações sobre os direitos e deveres dos imigrantes que chegam ou que já residem em Cabo Verde.
"O guia, integrado na estratégia nacional de imigração, vem colmatar algumas lacunas sobre os direitos e deveres dos imigrantes que escolheram Cabo Verde para residir", disse Carmen Furtado, coordenadora da UCI, indicando, porém, que em breve será feita nova atualização, dado as alterações legislativas que estão em curso.
Segundo Carmen Furtado, "não houve tempo" para ter em atenção em próximas alterações que estão em curso - a Lei da Nacionalidade já está no Parlamento, por exemplo -, pelo que se optou em publicar a legislação em vigor desde 1997, nomeadamente a referente à Lei dos Estrangeiros.
A elaboração de uma estratégia nacional para a imigração foi "pressionada" pelo facto de, nos últimos anos, Cabo Verde, país tradicionalmente de emigração, estar a transformar-se num de imigração, com os consequentes desafios daí advindos, como a imigração ilegal, habitação e vínculo laboral precários, entre outros.
Segundo o Censo de 2010, residiam em Cabo Verde nesse ano 18.875 cidadãos estrangeiros legalizados (3,8% do total da população - 491 mil habitantes), estimando-se em pelo menos no dobro os imigrantes que têm a situação por regularizar.
O livro é dividido em oito capítulos, em que são prestadas informações sobre a entrada, permanência e saída de Cabo Verde, os acesos ao mercado de trabalho, segurança social, educação e saúde, questões burocráticas ligadas à habitação, transportes e telecomunicações e dados sobre a lei da nacionalidade.
O documento, que em breve estará disponível também na página da UCI na Internet, integra ainda páginas sobre o trabalho da UCI, informações sobre as diferentes associações de imigrantes e das embaixadas e consulados existentes em Cabo Verde, bem como contactos úteis de instituições em todo o arquipélago.
Paralelamente, foi apresentado o programa Promoção da Integração Social do Imigrante (PISI), que irá proporcionar ações de formação destinadas sobretudo às associações de imigrantes, para que fiquem capacitadas e habilitadas a apresentar projetos junto de parceiros internacionais que visem melhorar a participação cívica.
Entre as ações de formação, estão algumas ligadas ao ensino da Língua Portuguesa - a maioria dos imigrantes é originária da África Ocidental francófona e anglófona.
As inscrições para apoios e subsídios, bem como para as ações de formação, abriram hoje e terminam a 27 deste mês, tendo como pano de fundo intervenções nas áreas da inclusão e promoção da legalidade, direitos e deveres dos imigrantes, integração social, laboral, cultural, escolar e comunitária e combate à imigração ilegal.
Outras áreas de intervenção passam pela promoção da saúde e da qualidade de vida dos imigrantes, igualdade e equidade do género, combate à criminalidade, reforço das capacidades e elaboração de estudos.

Diário Digital com Lusa


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