De 2008 a 2012, número de participantes do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação passou de 853 para 552. Para especialista, falta divulgação
Considerado um dos principais instrumentos de cooperação
educacional entre o Brasil e outros países em desenvolvimento, o Programa
de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) tem recebido cada vez menos
alunos. De 2008 a 2012, o número de estrangeiros interessados em estudar de
graça em universidades brasileiras caiu mais de 35% — passou de 853 para
552.
O
levantamento, feito pelo Ministério da Educação (MEC) a pedido do jornal O
Estado de S.Paulo, mostra também que a maior parte dos atuais 2.000
estudantes participantes do PEC-G vem de países africanos de língua portuguesa,
como Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, e da América do Sul,
especialmente do Paraguai. São alunos, em geral, pobres, que encontram no
Brasil uma oportunidade de cursar o ensino superior em instituições de melhor
qualidade e com oferta de cursos mais ampla.
Administrado pelo MEC e
pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o PEC-G tem parceria com
instituições de ensino superior de todo o país. Nelas, parte dos estudantes
selecionados ganha bolsas de auxílios para custear gastos com moradia,
alimentação e transporte.
Para ser selecionado
pelo programa é necessário que o estudante tenha ensino médio completo e idade entre
18 e 23 anos. Além desses requisitos, o país de origem do candidato precisa
manter um acordo educacional, cultural ou científico com o Brasil.
Mesmo sendo predominantemente dominado por estudantes africanos vindos de países que falam o português, o programa abrange 56 países, entre eles os asiáticos China, Índia e Síria.
Mesmo sendo predominantemente dominado por estudantes africanos vindos de países que falam o português, o programa abrange 56 países, entre eles os asiáticos China, Índia e Síria.
Para o especialista em
educação e colunista de VEJA.com Claudio de Moura Castro, ex-diretor-geral da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o programa
poderia ter mais promoção. "Nenhum fator objetivo reduz a atratividade do
Brasil. A graduação no país é bem melhor que a desses países africanos e
latino-americanos de um modo geral", diz Castro.
O economista sugere uma
maior atuação das embaixadas brasileiras no exterior e das representações
diplomáticas nesses países participantes do convênio para que a adesão ao
programa cresça. "A capacidade que tem um estudante estrangeiro de achar
um programa no Brasil não é fácil. Ou ele tem um amigo que já foi ou tudo fica
mais difícil", afirma.
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