maringaense, que acolhe tão bem os estrangeiros, está ligada historicamente aos movimentos de imigração.
Alemães, espanhóis, italianos, japoneses, libaneses, portugueses e ucranianos são alguns dos que chegaram nas primeiras décadas de formação de Maringá e criaram um município também para os filhos, netos e até mesmo para compatriotas.
Os quatro países que mais mandam pessoas para Maringá atualmente – Japão, Portugal, Espanha e Itália – fazem isso há tempos e, por isso, têm grandes colônias na cidade. A memória dos imigrantes está nos nomes de ruas, praças e centros culturais.
De acordo com o historiador João Laércio Lopes, da Gerência de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de Maringá, a organização dos estrangeiros se deu, na maioria dos casos, em torno de associações culturais, religiosas e até mesmo gastronômicas.
"Uma das nacionalidades mais fortes em Maringá é a japonesa. Na religião, temos o budismo, a seicho-no-ie e a Paróquia São Francisco Xavier. Eles também tem uma presença social forte em alguns esportes, como basebol e softbol, praticados na Acema (Associação Cultural e Esportiva de Maringá) e se reúnem até hoje em restaurantes", destaca.
Outro grupo numeroso é de portugueses. Desde 1964, eles contam com o Centro Português de Maringá, a "segunda casa" de Joaquim Fernando da Costa, 77 anos, um dos fundadores da entidade.
Natural de Braga, Costa e um irmão vieram para o Brasil em 1957, com uma carta-convite de outro irmão, que se instalara em Maringá 5 anos antes. Quando chegaram na estação de trem, à noite, a imagem do município foi decepcionante.
"Era 23 de setembro, tinha chovido. Descemos do trem e só tinha lama. A iluminação era quase zero. Naquela hora, se o trem retornasse, eu ia com ele", revela.
Depois de firmar raízes no Brasil, o resto da família acompanhou. "Agora, Portugal, só para passeio", diz Costa, naturalizado em 1976.
A característica de se reunir com os patrícios, segundo Lopes, faz com que seja mais comum identificar descendentes de japoneses e portugueses.
Italianos e espanhóis se misturam mais. "Eles não criaram clubes e áreas específicas de influência. Tiveram a cultura bem diluída com a brasileira. Mas todos ajudaram a constituir essa sociedade, na qual a presença estrangeira é uma marca positiva", afirma.
É o que confirma a italiana Maria Porco, 75 anos, há 50 anos em Maringá. "Nossos patrícios não convivem muito uns com os outros. Eu tenho minha família, mas o resto é brasileiro mesmo", lembra a senhora.
Desde que veio da região da Calábria, ela nunca rompeu laços com o país de origem. Tanto que hoje tem residência fixa em Maringá e na Itália.
"Meus filhos tem dupla cidadania, mas eu e meu marido optamos por não fazê-lo. Somos italianos", conta Maria, que retornou recentemente de uma temporada no país natal.
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