O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez nesta segunda-feira uma nova promessa de apertar o cerco à imigração no país e pediu que os cidadãos denunciem imigrantes ilegais, para que o Reino Unido "reconquiste suas fronteiras".
"Estamos criando uma nova agência anticrime com um comando dedicado à patrulha de fronteiras", disse o premiê conservador, em discurso nesta segunda-feira. "Mas quero a ajuda de todos no país, inclusive relatando suspeitos de imigração ilegal. Juntos, vamos reconquistar nossa fronteira e mandar os ilegais de volta para casa."
O controle da imigração é uma das principais pautas do governo de coalizão de Cameron e tem apelo em especial com a ala mais conservadora do eleitorado, em um momento em que o Reino Unido enfrenta baixos índices de crescimento e de geração de emprego. A política migratória do premiê costuma gerar atritos, porém, com os liberais-democratas, parceiros da coalizão governista.
Uma das metas, diz o premiê, é reduzir as despesas com imigrantes não regularizados para aliviar a pressão sobre as contas públicas, atualmente submetidas a cortes e medidas de austeridade.
No discurso desta segunda, Cameron disse também que pretende coibir casamentos forjados para motivos migratórios e casamentos forçados, além de intensificar os procedimentos para a concessão de vistos (como questionários sobre história e cultura britânicas). "Vamos fazer com que os imigrantes esperem mais (pelos vistos), para que mostrem que estão em uma relação (marital) genuína antes que possam se estabelecer (no Reino Unido)."
O objetivo do premiê é reduzir a imigração líquida britânica, atualmente em cerca de 200 mil pessoas por ano, a um número na casa das "dezenas de milhares".
'Escravidão'
Cameron anunciou que o governo está avaliando a possibilidade de criminalizar os casamentos forçados, apesar de críticas feitas no início deste ano pelo Ministério do Interior, que argumentou que a criminalização poderia desencorajar vítimas a denunciar matrimônios desse tipo. O premiê comparou casamentos forçados à "escravidão". Outra proposta consiste em só permitir que familiares de imigrantes sejam aceitos na Grã-Bretanha caso tenham dinheiro suficiente para seu sustento. Na prática, o imigrante que desejar trazer parentes ao país teria que ter uma renda mínima para isso.
Cameron disse que entende o "instinto humano" por trás da vontade de se mudar de país para estar próximo de parentes, mas agregou que seu governo quer garantir que "(os imigrantes) estejam realmente vindo por motivos familiares, saibam falar inglês e tenham os recursos para viver e contribuir aqui (na Grã-Bretanha) - e não apenas sobreviver ou subsistir com benefícios estatais".
"A imigração excessiva traz pressão sobre nossas escolas, nosso sistema habitacional e nosso sistema de saúde", argumentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário