quinta-feira, 17 de março de 2011

Crianças são as mais atingidas pelas batidas da imigração


As consequências das batidas da imigração nas crianças são bastante sérias. O alerta está no livro da Reverenda Elizabeth Conde-Frazier, “Listen to the Children: Conversations with Immigrant Families/Escuchemos a los niños: Conversaciones con Familias Immigrantes”.

De acordo com matéria , publicada no site latino.foxnews.com, mais de dois terços das crianças afetadas pelas batidas tem menos de 10 anos de idade, de acordo com Frazier. Os sentimentos que tomam conta destas crianças é de abandono, conduta agressiva e baixa auto-estima, ainda segundo a autora.

“A inocência das crianças requer que o assunto imigração seja discutido de um ponto de vista dos direitos humanos. Mas estamos tão imersos na complexidade e controvérsia deste assunto, que são os mais vulneráveis que acabam pagando o preço mais alto, em outras palavras, as crianças”, alertou Elizabeth.

As entrevistas com os pais imigrantes que foram separados de seus filhos foram compiladas no livro. Conhecida por escrever sobre multiculturalismo, espiritualidade e assuntos sociais, Frazier concluiu, em suas análises, que as separações acontecem por dois motivos: ou porque os pais tiveram que voltar para casa e os filhos ficaram nos Estados Unidos, onde outras pessoas estão tomando conta deles, ou porque os filhos ficaram no país de origem.

Segundo a autora, as crianças se sentem abandonadas e assustadas depois de uma batida, “especialmente se viram seus pais ser presos”. Pelas estimativas de Elizabeth, 67% das crianças afetadas pelas batidas tem menos de 10 anos, e pelo menos um terço delas são menores do que 6 anos de idade.

Imigração: uma questão humana
São muitas as consequências em uma criança, depois de uma batida. Entre elas estão perda da fé, conduta agressiva, baixa auto-estima, privação do sono, falta de concentração, preocupação, choro, pesadelos e uma desconfiança contínua.

“Muitas destas crianças são cidadãs americanas, pois nasceram no país”. Frazier, que é reitora do Esperanza College, que faz parte da Eastern University em St. Davids (PA), disse que a reforma da imigração será difícil de acontecer. Segundo ela, “muitos americanos veem a imigração como uma questão de brancos e pretos”.

De acordo com Elizabeth, a realidade é muito mais complicada, a exemplo do que geralmente ocorre com outros assuntos de grande significação humana. Durante o período em que estão separadas, as famílias ficam pensando em como manter as boas relações, o que torna a reunificação sempre estranha. Segundo a reitora, em muitos casos, os pais chegam ao país de origem sozinhos. Meses ou até anos depois, é a vez dos filhos.

“Os imigrantes mostram que querem um status imigratório justo, através de seu caráter, valores, forma como conduzem sua vida diária, pelas suas contribuições e pelo que querem fazer”.

Segundo a autora do livro, o desejo de regularizar o status imigratório destas pessoas deveria vir baseado em “direitos humanos e necessidades humanas”. Na opinião de Elizabeth, que também é teóloga, as crianças deveriam ser o ponto de partida para esta análise.

“A humanidade de uma sociedade é medida pela qualidade de vida de suas crianças. A habilidade em prover um verdadeiro contexto humano para o desenvolvimento saudável das crianças diz muito a respeito dos valores de uma cultura. Espero que continuemos a falar sobre imigração, com a meta de atingir uma reforma imigratória que restaure a dignidade das pessoas e que resolva este problema complexo simultaneamente”.

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