terça-feira, 11 de março de 2014

“Os imigrantes trazem oportunidades para o país”

“A imigração é muito positiva para o país”, nomeadamente “para as contas públicas e para a sustentabilidade da segurança social”, garante o Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional. Em entrevista ao “Setúbal na Rede”, Pedro Lomba defende, no entanto, “que há hoje necessidade de uma imigração com um perfil diferente da que nos visitava anteriormente”, pelo que “é preciso ir buscar gente, sangue novo, ideias e talento”. O reforço da política migratória do Governo vai ser feito através de um plano estratégico, a ser apresentado brevemente, e que transforma, para já, o Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural em Alto Comissariado para as Migrações. Essa estratégia passa por “potenciar, integrar e aproveitar o talento que está cá”, mas também “captar cérebros estrangeiros e trazer os cérebros portugueses de volta”, explica o governante.

“Setúbal na Rede” - A região de Setúbal é uma das que tem mais imigrantes. Isso é bom ou mau?

Pedro Lomba - A imigração é muito positiva, como o país tem vindo a perceber e as contas públicas têm dado a entender. Há muitos estudos que mostram que a imigração tem um impacto positivo nas contas públicas e na sustentabilidade da segurança social, porque os imigrantes pagam impostos e pagam as suas contribuições.

Depois há ainda outra perspetiva que gostaríamos de ver reforçada, que é a própria capacidade que os imigrantes têm para poder criar novos empregos, novos negócios e novos casos de empreendedorismo, enriquecendo a sociedade, trazendo mais diversidade para o país e, dessa forma, abrindo oportunidades também para os cidadãos nacionais. Portanto, a imigração é muito positiva para o país e é também positiva para a região de Setúbal.

SR - Tem a noção de que é essa a ideia que prevalece na opinião pública?

PL - Creio que não há uma ideia negativa, pois os estudos que existem sobre as perceções dos portugueses e os sentimentos das pessoas mostram-nos que a imigração em Portugal é bem vista e está bem integrada. Houve trabalho e houve políticas que ajudaram à integração, ao contrário de outros países, em que a imigração é, muitas vezes, um foco conflitual e até dramático.

Em Portugal nada disso acontece, pois há um ambiente de consenso em torno das políticas de integração, há um ambiente de paz, há um bom relacionamento com os nossos imigrantes e não há discursos de extrema-direita inflamados contra a imigração. E também não há discursos de extrema-esquerda inflamados que olham para a imigração como uma tentativa de procurar um exército de recrutamento. Não há nada disso e é essa a tradição portuguesa.

SR - Mas não reconhece algum estigma, sobretudo em relação às comunidades de brasileiros e de naturais dos países de Leste, nomeadamente os romenos?

PL - Claro que esse tipo de situações ocorre e temos conhecimento de casos, que merecem a nossa preocupação, de descriminação de imigrantes, que aumentaram em tempos de crise, no acesso a determinados bens de consumo e serviços públicos ou no acesso ao crédito. Uma das prioridades nas políticas de integração deve ser o combate à descriminação e a inclusão o mais possível dos imigrantes na sociedade portuguesa. Isso passa não só por combater essas imagens enviesadas que por vezes se criam em relação a determinados grupos de imigração, mas também por criar formas e mecanismos legais e incentivos que ajudem a combater as situações de descriminação.

Mas reforço que o país tem uma imigração muito diversa, crescentemente diversa, pois cada vez somos mais procurados, e vêm viver para Portugal, imigrantes de muitas partes do mundo. Naturalmente que a imigração dos países de língua oficial portuguesa é uma imigração que se acomoda mais facilmente àquilo que são os costumes portugueses, do que é a sociedade portuguesa, do que outra imigração. Mas não temos imigração que tenha suscitado na sociedade portuguesa situações, como acontecem noutros países europeus, de hostilidade declarada.

SR – Mas existem casos problemáticos, como o bairro da Bela Vista, em Setúbal, muito marcados pelo fenómeno da imigração e da multiculturalidade.

PL - O bairro da Bela Vista é um excelente exemplo de um bairro que tem atrás de si uma identidade e uma experiência migratória. Mas é verdade que no bairro da Bela Vista, embora exista uma componente cabo-verdiana muito grande, os jovens já são cidadãos portugueses. O Estado português, ao longo da última década, favoreceu o acesso à nacionalidade portuguesa, que foi um passo muito importante.

Agora há um outro passo muito importante, que é fazer com que esses jovens que já são portugueses, mas que têm atrás de si uma biografia migratória, por causa dos pais e dos avós, se sintam efetivamente parte da sociedade portuguesa e usufruam de todas as suas oportunidades. Por isso, é absolutamente prioritário que um dos eixos de ação seja o reforço das políticas de integração, nomeadamente dos descendentes, ajudando à sua capacitação, à sua formação profissional, à sua inclusão social e à sua integração cívica, ajudando a criar uma maior interacção entre as pessoas, que estão muitas vezes isoladas nos bairros.

É muito importante que não haja isolamento nos bairros e nos contextos sociais mais vulneráveis, isso é absolutamente decisivo. Portanto, não podemos desperdiçar competências, temos que formar, qualificar e trabalhar em prol de uma mobilidade social, que é uma das prioridades políticas, um dos eixos de ação do Alto Comissariado para as Migrações.

SR – E como se faz isso?

PL - Nós queremos fazer mais, mas já estamos a fazer muito. Por exemplo, o programa Escolhas é um programa coordenado pelo Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural, que agora se chamará Alto Comissariado para as Migrações, e é um programa importante de apoio à inclusão social, à capacitação, ao empreendedorismo, à empregabilidade de jovens de contextos socialmente vulneráveis, particularmente os descendentes de imigrantes.

Este programa tem neste momento, no distrito de Setúbal, 6.500 participantes envolvidos, em projetos desde Almada, Moita, Seixal, Montijo ou Barreiro. No concelho de Setúbal há três projetos, um no bairro das Manteigadas, um na União de Freguesias de Setúbal e outro no bairro da Bela Vista. Globalmente, estes três projectos envolvem cerca de mil pessoas, entre crianças e jovens e as suas famílias. Isso também é um ponto fundamental, que a acção do Escolhas seja cada vez mais uma acção não apenas para jovens mas que beneficie e que responda também às necessidades das famílias, isto ao nível da educação escolar, da formação profissional, da empregabilidade, da educação pessoal ou da participação cívica.

O projeto para a Bela Vista, que é o projeto Pro Infinito e Mais Além, envolve um consórcio de várias entidades e, do ponto de vista da aposta nestes jovens e da tentativa de resolver situações de risco, parece-me altamente bem-sucedido. O projeto do bairro das Manteigadas conseguiu uma taxa de sucesso escolar de 89% e criámos um emprego, o que é uma coisa interessante, pois não há muitas iniciativas sociais que tenham de facto criado emprego. Muitas vezes as coisas não acontecem porque o trabalho social acaba por ser fundamentalmente de assistência. O trabalho está a ser feito e estamos a falar de um investimento que é considerável, pois no distrito todo de Setúbal estamos a falar de um investimento social que ronda um milhão de euros, um investimento social nas pessoas, o que nos parece muito importante. Mas pode fazer-se mais e queremos ter mais projetos em Setúbal, desta natureza e de outra natureza.

SR - A mudança de nome do Alto Comissariado significa uma mudança de estratégia?

PL - Significa que há novas dimensões e um reforço da política migratória, que é fundamental. No caso de Setúbal, por exemplo, há uma população imigrante que desceu em número desde 2009, pois estava perto dos 50 mil e em 2012 os dados são de 44 mil em termos de stock de imigração. Houve uma descida e isso significa que a imigração, apesar de tudo, começou também a sair.
O país tem neste momento um problema dramático, que não é só o défice das contas públicas, mas é o défice demográfico, agravado pelo saldo migratório negativo. Em 2012 tivemos um saldo migratório negativo de 34 mil pessoas no país. Esse saldo migratório negativo significa que o país está a perder imigração, pois alguns dos imigrantes voltaram para os seus países de origem, como o caso dos brasileiros, e emigração, com muitos portugueses a sair, alguns deles qualificados.

SR - Isso significa que Portugal está a perder a atratividade?

PL - Isso significa que o discurso sobre a atratividade de Portugal sempre foi uma grande ilusão e significa que Portugal está a perder a atratividade que teve num certo momento para os imigrantes que procuraram um país para trabalhar e para viver, mas sobretudo uma imigração com menores qualificações e que foi trabalhar, desde logo, fundamentalmente para o sector das obras públicas e para a construção civil. Mas a construção civil sofreu profundamente com a crise, o que significa que o país se tornou menos atrativo para o perfil de imigrante que nos procurava.

SR - Daí a mudança de estratégia?

PL - Acordámos para a situação e concluímos que, se o país é hoje menos atrativo para o perfil de imigrante que nos procurava, o país tem que se tornar mais atrativo para outros perfis de imigrantes, que sejam diversos e para os que estejam até a crescer no mundo. Setúbal tem uma composição migrante muito interessante e muito diversa. Continua a ter um peso muito grande de brasileiros e de cabo-verdianos e os romenos também são uma comunidade considerável. Mas temos cidadãos alemães, franceses, holandeses, italianos, ingleses, que não são muitos mas são umas centenas e com um perfil muito diferente.

Setúbal é uma terra de trabalho, com indústria, com um setor primário importante por causa das pescas, e está numa área muito interessante do ponto de vista estratégico, por causa da sua proximidade e da sua ligação à costa alentejana. O potencial turístico que Setúbal tem, desse ponto de vista, é enorme, e está muito perto de Lisboa também, numa confluência muito interessante do ponto de vista económico.

E começa a ter esta imigração diversa com um perfil muito diferente e precisamos de saber onde é que estas pessoas estão, quem é que elas são, quem é que fala com elas e como é que podemos usar o seu potencial. Ainda ninguém se lembrou de olhar para esta composição e de tentar integrá-la e aproveitá-la, ao nível local, nomeadamente para promover as redes económicas e sociais, assim como o potencial económico e turístico que a região tem.

SR - Muitas dessas pessoas devem estar a trabalhar nas grandes indústrias da região.

PL - Acredito que muitas estejam a trabalhar nessas grandes indústria, que muitas sejam residentes de longa duração, como os reformados que têm casa, por exemplo, a partir de Tróia. Mas há também a questão da sazonalidade, uma imigração que virá para trabalhar periodicamente, sazonalmente, para nichos específicos da economia de Setúbal.

SR - A questão é como integrá-los melhor na nossa sociedade rentabilizando a sua presença?

PL - A questão é como aproveitar o potencial que estas pessoas têm e a sua rede de contactos. Escolheram o país para viver por alguma razão e é possível usá-las para trabalhar connosco em rede, desenvolvendo um conjunto de parcerias no sentido de tentar que elas nos promovam, que nos ajudem, que nos abram portas, e isso é perfeitamente possível.

Há hoje um esforço louvável, nomeadamente do Presidente da República e não só, do nosso Governo também, de se falar muito na diáspora portuguesa no estrangeiro e na diplomacia económica que essa diáspora permite. Mas, na verdade, não há só essa diáspora portuguesa no estrangeiro, pois temos muitos estrangeiros em Portugal que podem fazer exactamente o mesmo papel, que podem ajudar, têm contactos, têm experiência, têm uma rede profissional e têm competências que podem abrir portas a portugueses, às empresas portuguesas e aos produtos portugueses nos seus países de origem. É uma área que, do nosso ponto de vista, está completamente negligenciada e é uma área fundamental deste trabalho com as imigrações.

SR – Há ideias concretas de como se podem concretizar esses objetivos?

PL - Estamos à espera que o diploma entre em vigor para apresentar o plano estratégico onde vamos identificar muitas das acções concretas que nos parecem fundamentais. Mas, por exemplo, queremos agilizar a entrada de imigrantes com um novo perfil. Setúbal tem um complexo universitário fundamentalmente ligado às ciências e à tecnologia e é muito importante trazer as universidades para este trabalho. Também temos os centros locais de aprendizagem da Universidade Aberta, como o CLA de Grândola, onde há um potencial enorme no ensino à distância, para dar um exemplo de uma área em que há um grande potencial e em que os estrangeiros vão ser fundamentais.

Queremos agilizar a entrada de estudantes em Portugal, queremos fazer um trabalho de simplificação de procedimentos de registos, de documentos, de obrigações e de todo um calvário que os imigrantes às vezes sofrem em Portugal e há uma imigração de alto valor acrescentado, muito qualificada, que se não tem estes problemas bem resolvidos, se vive num país que dificulta sistematicamente as suas vidas, vai-se embora.

SR - Continuamos em busca do simplex.

PL - Mas o simplex aqui será um simplex dirigido para migrantes. Parece-me muito importante, dentro desta óptica de reforço da política migratória, mostrar que o país pode e deve ter melhores serviços migratórios, ter serviços de qualidade. Os serviços migratórios passam, por exemplo, por responder a dúvidas de um imigrante, prestar informação sobre o que se passa em Setúbal, no Porto ou em Aveiro, que universidades existem ou como funciona o mercado de habitação. E prestar essa informação, às vezes é uma coisa tão simples.

SR - Nos países de origem?

PL - Cá e, porque não, nos países de origem. Num contexto em que a comunicação é global, é fundamental existir em Portugal ferramentas eletrónicas, portais, que agreguem esta informação e que trabalhem logo à partida com imigrantes potenciais. Quem vai estudar no estrangeiro vai pesquisar na internet, vai ver o site da universidade, manda um e-mail, pede informação, mas as universidades naturalmente têm a informação dirigida apenas para a sua universidade e não o quadro mais geral. Nós podemos prestar essa informação a um estudante que está lá fora, mas também a um empreendedor ou a um trabalhador.

SR - Estamos a falar de um portal que servirá como aglutinador das potencialidades que o país pode oferecer?

PL - Vamos trabalhar profundamente com ferramentas electrónicas, com meios electrónicos de grande nível, de grande sofisticação, com excelentes motores de pesquisa, e vamos trabalhar no sentido de facilitar a informação e de agilizar procedimentos.

SR – Como podemos cativar imigrantes qualificados com um país em crise económica e com um alto índice de desemprego? 

PL - Um projecto destes tem que ser visto como um projecto de médio e longo alcance, um projecto de longo prazo. Esta estratégia passa não só por potenciar, integrar e aproveitar o talento que está cá, mas também por captar cérebros estrangeiros e trazer os cérebros portugueses de volta, porque essa é uma componente fundamental desta estratégia. Por isso lhe chamamos Alto Comissariado para as Migrações, porque queremos pensar integrada e articuladamente a política de imigração com a política de emigração, fazendo naturalmente a coordenação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O país vai seguramente viver um contexto de restrição financeira para além do próprio programa de ajustamento, mas é evidente que, dentro desta lógica, deve olhar para a imigração também como uma oportunidade de resolver a crise económica em que estamos. Os imigrantes criam emprego, criam o seu próprio emprego. Os imigrantes empreendedores trazem oportunidades para o país do ponto de vista económico.

Os grandes países do mundo dos últimos 50 anos foram os que desenvolveram fortes políticas migratórias, o primeiro dos quais os EUA, que roubou cérebros a toda a gente e começou a fazê-lo exactamente quando saía de uma crise, a crise depois da Segunda Guerra, nos anos 50 e 60. É preciso ir buscar gente, sangue novo, ideias e talento, ir buscar gente que não colide com o mercado de trabalho tradicional que temos, mas que abre o nosso mercado de trabalho, que cria negócios, que estuda cá e depois cria o seu negócio, que tem uma ideia excelente de um empreendimento ou de uma iniciativa económica e que a cria em Portugal. Tão importante como a AutoEuropa, são os pequenos empreendedores que às vezes são fundamentais na dinamização do tecido económico numa sociedade. Estou a pensar numa política migratória que vai para além do mercado de trabalho tradicional, que capta perfis migratórios e que criam de facto oportunidades.

SR - Fala da atração de cérebros e talentos, quando temos problemas com os cortes na investigação?  

PL - Sou responsável por uma área importantíssima da política migratória do Governo, não sou responsável pela política de ciência e investigação.

SR - Mas é neste contexto em que está a trabalhar as suas políticas.

PL - Não podemos olhar para uma estratégia destas, pelo seu impacto, pelo seu alcance a longo prazo, resumindo tudo a uma política de bolsas. Acho que a questão das bolsas é fundamental e acho que a investigação deve ser valorizada e a entrada de investigadores e de inovadores em Portugal deve ser facilitada e agilizada. Mas isto não se resume só às bolsas que o Estado português dá, mas a uma política de captação de pessoas, que trazem os seus projetos de investigação, que possam criar ou enriquecer os nossos centros de investigação e que tenham fontes de financiamento transnacionais.

SR – Que argumentos Portugal pode apresentar para que se instalem cá e tragam esse investimento transnacional?

PL – Portugal pode ter vistos especiais para estas pessoas, que é algo que estamos a dar, facilitamos a sua entrada, e isso é claramente um incentivo. Portugal tem já centros de investigação de excelência pelo país inteiro, que estão a fazer um trabalho notável, que devia ser mais aproveitado em rede. Portugal tem condições para trabalhar que são inegáveis, e este é um fator que às vezes é negligenciado porque é pensado só na perspetiva do turismo, e estes factores naturais não podem ser esquecidos.
E depois Portugal vai ter, até 2020, um novo ciclo de financiamento europeu, em que a valorização do capital humano e da investigação e desenvolvimento vai ser substancialmente reforçada. Estas pessoas também podem, elas próprias, ser candidatos naturais ao apoio através dos fundos europeus, que é uma coisa que muitas vezes se esquece. O financiamento do Portugal 2020 também vai poder favorecer quem tiver ideias e quem tiver projetos, seja ele português ou estrangeiro.

A questão fundamental, hoje, não é saber se a imigração é boa ou má, pois sabemos que é boa. A questão fundamental é saber como se deve regular bem a imigração e como é que se deve desenvolver uma boa política migratória. Em Setúbal temos alemães, italianos e holandeses, então vamos tentar regular estes fluxos, tentar ter políticas públicas bem orientadas e bem direcionadas, e esta é uma das questões centrais da governação nos próximos 50 anos.

SR – Como vê os fenómenos anti-imigração que estão a crescer pela Europa?

PL - Por isso mesmo é que preciso uma política migratória inteligente, bem pensada, bem regulada, transversal, em que todos os departamentos ministeriais e todos os departamentos do Governo e da Administração estejam articulados em torno de objectivos comuns. A primeira coisa que o Estado fez com a subida do desemprego foi congelar o sistema de contingente para o mercado de trabalho, que é um sistema de fixação de quotas. Isso foi uma maneira de regular os fluxos migratórios, o que quer dizer que o país não está fechado, mas também não está completamente aberto, portanto, tenta gerir e adaptar-se um pouco às circunstâncias.
Temos que trabalhar sempre no sentido de mostrar que a imigração é positiva para o país, para as contas públicas e para a sustentabilidade da segurança social, mas também temos e devemos perceber que há hoje necessidade de uma imigração com um perfil diferente da que nos visitava anteriormente. Isto não significa que o país não se vai fechar, o país não vai excluir ninguém, mas o país tem, como outros, de ser mais proactivo na captação dessa imigração, que pode trazer maior competitividade, maior crescimento económico e maior criação de emprego.

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