Entidade conduz
debate na Suíça, às vésperas da reunião do seu Comitê Executivo, e diz que
incluiu Anistia Internacional e ONU nas conversas
Nesta terça-feira, na Suíça, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, abriu
uma reunião com sindicatos nacionais liderados pelo secretário-geral da
Federação Internacional de Trabalhadores da Construção Civil (Building and Wood
Workers International, BWI), Ambet Youson, e pelo presidente da associação, Per
Olof Sjöö. A reunião teve como tema as condições para os trabalhadores
imigrantes envolvidos com as obras para a Copa do Mundo do Catar, em 2022, e
foi mediada pelo membro do Comitê Executivo da Fifa, Theo Zwanziger, designado
por Blatter para coordenar todas as conversas sobre o tema.
A entidade reforça o pedido para que o tema seja apreciado por todas as
partes envolvidas, incluindo sindicatos como a BWI, para debater soluções. Em
texto oficial, a entidade afirma que, no encontro, discutiu com a BWI o
progresso feito em relação às condições e aos direitos dos trabalhadores
imigrantes no Catar como parte do diálogo da entidade com diversas organizações
- incluindo direitos humanos e dos trabalhadores, e membros da comunidade
internacional do futebol.
Joseph Blatter e
Jérôme Valcke durante reunião da Fifa (Foto: Site Oficial FIFA)
Um relatório contendo os desfechos das discussões lideradas por
Zwanziger nos últimos meses será apresentada durante a reunião do Comitê
Executivo da Fifa, nesta semana. As reuniões incluíram várias organizações como
a Confederação Sindical Internacional (International Trade Union
Confederation, ou ITUC), e instituições políticas como o parlamento europeu,
além de entidades civis como a Anistia Internacional e do corpo da ONU
responsável por questões relacionadas aos direitos do trabalhador.
- Foi uma reunião construtiva com a BWI. Para a Fifa, é importante ouvir
todas as organizações relevantes para buscar soluções viáveis e apropriadas. Eu
penso que vamos concordar que a situação dos trabalhadores imigrantes é uma
questão complexa e nós não podemos esperar que as coisas mudem da noite para o
dia, mas precisamos trabalhar juntos em uma aproximação intensiva para apoiar o
trabalho feito atualmente de forma competente pelas autoridades no Catar -
disse Zwanziger, que continuará conduzindo o debate sobre a questão, com foco
em atribuir responsabilidades às diferentes partes envolvidas neste processo.
No dia 18 de fevereiro, o jornal inglês "The Guardian"
publicou reportagem apontando que a embaixada da Índia em Doha, capital do
Catar, confirmou 502 trabalhadores indianos mortos no país nos últimos dois
anos. As causas dos óbitos não foram detalhadas, mas segundo a publicação, o
número cresceu justamente com o aumento das obras de infraestrutura para a Copa
do Mundo de 2022. Ainda de acordo com o periódico inglês, outros 382
trabalhadores nepaleses também morreram no Catar nos últimos dois anos, sendo
que dois terços dos óbitos foram em acidentes de trabalho ou por conta de
parada cardíaca.
- Uma morte no Catar ou em qualquer outro lugar é pesada para os trabalhadores, para os familiares e também para o governo do Catar, que acolhe estes imigrantes no nosso país para realizarem um trabalho valioso. Estamos trabalhando para entender as causas destas mortes. Estas estatísticas podem incluir uma série de circunstâncias como causas naturais, acidentes rodoviários e também um pequeno número de acidentes de trabalho - justificou o Ministério do Trabalho do Catar em comunicado enviado ao "The Guardian"
- Uma morte no Catar ou em qualquer outro lugar é pesada para os trabalhadores, para os familiares e também para o governo do Catar, que acolhe estes imigrantes no nosso país para realizarem um trabalho valioso. Estamos trabalhando para entender as causas destas mortes. Estas estatísticas podem incluir uma série de circunstâncias como causas naturais, acidentes rodoviários e também um pequeno número de acidentes de trabalho - justificou o Ministério do Trabalho do Catar em comunicado enviado ao "The Guardian"
Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário