O Governo quer que o Alto
Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) aposte na atração
de imigrantes qualificados para o país que contribuam para reter os
portugueses, anunciou à Lusa o secretário de Estado Pedro Lomba.
O diploma que define a reforma do ACIDI encontra-se em processo
legislativo, que o secretário de Estado Adjunto do ministro Adjunto e do
Desenvolvimento Regional estima que esteja concluído no início do próximo ano.
"Queremos um novo ACIDI, dotá-lo de novas competências adequadas
aos novos perfis migratórios do país, como os estudantes internacionais, os
residentes de longa duração e os reformados", disse o governante, que
falava à Lusa a propósito do Dia Internacional do Migrante, que se assinala na
próxima quarta-feira.
Por outro lado, este organismo deverá ainda ver aumentadas as suas
competências na captação de imigrantes qualificados ou com potencial, que
permita também atrair os emigrantes portugueses ou impedir os jovens de
emigrar.
"Essa é uma das mais importantes linhas de atuação do novo ACIDI:
captar para reter", sublinhou.
Depois de, na década de 1990, Portugal ter atraído muita mão-de-obra, os
imigrantes atuais têm hoje um perfil diferente: "têm potencial e talento,
são os mais qualificados ou estão a estudar para obter as suas qualificações,
são empreendedores", descreveu Pedro Lomba.
"Quando captamos imigrantes empreendedores, eles podem contribuir
para reter o talento nacional", exemplificou.
O novo ACIDI, acrescentou, deve ser "um organismo para as
migrações, com uma visão integrada sobre os diferentes fluxos
migratórios".
O secretário de Estado salientou que o ACIDI também "tem de pensar
nos seus emigrantes", desenvolvendo ações que "contribuam para a
captação destes perfis migratórios, mas que também permitam o regresso dos
nacionais, dos nossos cidadãos na diáspora, dos jovens qualificados, e a
retenção destes jovens".
"Vivemos num contexto de competição global pelo talento, em que
todos os Estados procuram criar enquadramentos para atrair essas pessoas",
disse o governante, garantindo que Portugal tem muitos argumentos para
convencer potenciais imigrantes: segurança, bom clima, infraestruturas de
educação e de saúde e direitos reconhecidos aos imigrantes.
Pedro Lomba salientou que Portugal "tem de ter uma atitude muito
mais proativa, como os outros Estado, e muito mais transversal, na captação de
todos estes perfis de migrantes, tentando trabalhar nos seus próprios países de
origem", nomeadamente reforçando a promoção nesses países de captação
destas pessoas mais talentosas".
Rtp noticias
Nenhum comentário:
Postar um comentário