Proposta da organização é oposta à defendida por
Alemanha, Reino Unido e pelos países mais afetados pela crise
A Comissão Europeia
vai apresentar nesta quinta-feira (05/12), em reunião com ministros do interior
da União Europeia, em Bruxelas, um plano de ação para facilitar a imigração na
Europa, em detrimento de medidas repressivas para expulsar pessoas sem documentação.
A proposta seria um
meio de facilitar a entrada de imigrantes vítimas de guerras civis, além de
evitar que episódios como o naufrágio de Lampedusa, que deixou mais de 200
imigrantes mortos na costa italiana, voltem a acontecer na região.
“Depois da tragédia
de Lampedusa, mensagens muito fortes são ouvidas (dos líderes dos
Estados-membros). Mas isso pode acontecer novamente. É hora de ter uma política
de imigração coerente e comum na União Europeia”, afirmou Cecilia
Malmström, comissária para assuntos internos da Comissão Europeia, em
entrevista coletiva antes do início do evento.
A comissária ainda
alertou para a necessidade de reforçar o monitoramento das fronteiras do
Mediterrâneo, desde a Espanha até o Chipre, e disse que seria preciso um
investimento de 14 milhões de euros dos Estados-membros para que um novo
sistema seja implantado.
O sistema
facilitaria a detecção de barcos para que equipes de resgate possam agir com
rapidez quando for necessário.
A Comissão Europeia
também vai propor medidas que facilitem os canais de entrada de estrangeiros
temporários, como trabalhadores, estudantes e pesquisadores, além da
regularização dos documentos de pessoas que já se estabeleceram nos
países-membros. Refugiados humanitários também devem ser beneficiados pela
proposta. Atualmente, a política da maioria dos países europeus, principalmente
de Alemanha, Reino Unido e dos mais prejudicados pela crise econômica, é oposta
ao plano da Comissão.
A situação dos
refugiados sírios deve ser uma das pautas mais importantes do encontro. De
acordo com o jornal El País, enquanto os Estados Unidos acolheram
cerca de 50.000 sírios em 2012, a União Europeia recebeu apenas 4.930
refugiados do país, em guerra civil há mais de dois anos. A Comissão deve fazer
um apelo aos países da União Europeia para que passem a receber mais refugiados
em situação de risco.
A livre circulação
de trabalhadores também deve ser discutida, já que muitos países temem
imigração em massa para seus territórios. O debate acontece em meio à transição
do procedimento de controle para a entrada de cidadãos da Romênia e da
Bulgária, que a partir do dia 1º de janeiro de 2014, após um período de
adaptação de 7 anos, não terão mais restrições para trabalhar nos países-membros
da União Europeia.
agências e
notícias internacionais
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