O protesto de quatro magrebinos que coseram a boca num centro de
acolhimento, em Roma, reabriu o debate sobre o drama dos imigrantes
clandestinos em Itália. Os homens, com idades entre 20 e 30 anos, usaram um fio
extraído de um cobertor e uma pequena agulha e tiveram de ser
assistidos por uma equipa médica. O centro de acolhimento de Porta
Galaria, nos arredores de Roma, alberga uma centena de imigrantes clandestinos,
homens e mulheres. "A sua revolta impõe a reabertura do debate nacional
sobre os centros inumanos e uma legislação que assimile os que fogem das
guerras, da violência e da pobreza fomentada pelos criminosos de guerra",
reagiu o presidente de esquerda da Câmara Municipal dr Roma, Ignazio Marino. O
tratamento do 'dossier' da imigração em Itália suscita um intenso debate, com o
país a ser acusado nos últimos dias em Bruxelas pelas condições degradantes
impostas aos imigrantes clandestinos num centro de acolhimento provisório da
ilha de Lampedusa. Em 2002, uma lei que agora é alvo de forte contestação
estabeleceu um sistema de quotas que determina anualmente o número de
imigrantes que a Itália pode receber, em função das necessidades do mercado de
trabalho e das suas capacidades de integração económica.
Correio da Manhã
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