“Uma autorização de residência europeia” por motivos de trabalho é a proposta das Cáritas dos países do Mediterrâneo. Na Europa existirão, atualmente, quatro milhões de postos de trabalho disponíveis. As vagas situar-se-ão sobretudo nas áreas do trabalho sazonal, da agricultura e da assistência sanitária. Segundo os proponentes, é necessário estabelecer o número de presenças necessárias nos 27 estados da União Europeia, para poder controlar os fluxos migratórios. Trata-se de “uma oportunidade”, que trabalhada em conjunto, poderá “ajudar a redistribuir o peso” dos fluxos migratórios por todos os países e não apenas por aqueles que são banhados pelo Mediterrâneo, que estão a ser “fortemente fustigados pela crise económica”, declarou o representante da Cáritas Italiana, Oliviero Forti.
Preocupa sumamente os responsáveis da Cáritas as emergências provocadas pelos imigrantes provenientes do Norte de África e da África em geral. A sua determinação vai no sentido de “no futuro, proporcionar ocasiões de confronto e intercâmbio, porque são de grande utilidade”. Estes encontros permitem “escutar a voz dos colegas dos países do Mediterrâneo sobre o que está a acontecer, sobretudo sobre as saídas para esta crise”, explica o delegado italiano da Cáritas. A condivisão do problema ajudará a enfrentar as diferentes situações de imigrantes irregulares nos países de desembarque. “É necessária uma reflexão conjunta dos vários países de chegada, mas também dos países de partida”. Fazem falta acordos bilaterais: “Queremos uma Europa mais unida e mais presente neste sentido”. É verdade que “muitas vezes somos críticos” dos acordos europeus que dizem respeito “sobretudo a políticas restritivas de controlo, de oposição à imigração irregular”. Trata-se de um assunto importante, “mas não deve ser o único”.
Aproxima-se a estação dos desembarques e “o dispositivo de acolhimento em Lampedusa [sul de Itália] não está nada preparado para eventuais afluxos extraordinários”, confessa Oliviero Forti. Entretanto da Líbia chegam informações de “movimentos que nas próximas semanas” poderão conduzir para Lampedusa imigrantes em número ainda indefinido. O alerta causa alguma preocupação, mas “procuraremos fazer o melhor possível”, garantiu o delegado italiano. “Ao menos para o primeiro acolhimento”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário