Uma pesquisa recente
baseada em estatísticas migratórias revelou que os imigrantes desempenharão um
papel fundamental no mercado de trabalho nos próximos anos e que atualmente não
representam um peso para a sociedade, segundo um dos seus autores. O estudo,
realizado pelo Immigrant Learning Center (ILC) em Malden (MA), baseado em dados
acumulados em 2009, descobriu que os imigrantes apresentavam renda mais baixa,
entretanto, tendiam a ficar mais tempo no mercado de trabalho que os residentes
nativos. Além disso, os imigrantes utilizavam uma considerável quantidade de
serviços públicos.
“Se havia qualquer mito
que, de alguma forma, os imigrantes custavam à sociedade, simplesmente isso não
é verdade”, disse Alan Clayton Matthews, professor de Economia da Northeastern
University e co-autor com Paul Watanabe, professor de Ciência Política do
UMass-Boston.
Em Framingham, onde 25%
da população é estrangeira, o advogado de imigração Kirk Carter disse que o
estudo esclarece mitos sobre os efeitos negativos provocados pelos imigrantes
na economia.
“No geral, a imigração
apresenta um efeito positivo”, disse Carter. “Tem sido assim nos últimos 240
anos e deve continuar a ser”.
Aproximadamente 72% dos
imigrantes participam da força de trabalho, em contraste com 67.5% dos
residentes nativos no estado. Entretanto, a renda média dos imigrantes é de US$
40.855, ou seja, 11% mais baixa que a dos residentes nativos, revelou o estudo.
Cerca de metade dos imigrantes tem idade entre 18 e 44 anos, em contraste com
36.8% dos nativos.
“Isso é importante,
pois, devido ao fato que os ‘baby boomers’ estão se aposentando, haverá uma
falta de mão-de-obra que os imigrantes jovens poderão minimizar”, explicou
Matthew.
Os imigrantes tendem a
ser altamente educados ou sequer completaram o ensino secundário, com poucos
indivíduos no meio, um extremo que precisa ser alterado para que substituam os
baby boomers (explosão demográfica registrada nas décadas de 50 e 60), alertou
Márcia Drew Hohn, diretora do Learning Center.
Similarmente, os
imigrantes tendem a preencher cargos nos campos da biotecnologia e pesquisa
médica, assim como jardinagem, detalhou Hohn. “Eu acho que é impressionante”,
disse ela. “Nós precisamos ajudar as pessoas a saírem dos níveis mais baixos”.
Ela, que detalhou que a
pesquisa envolveu imigrantes legais e ilegais, acrescentou que o projeto
enfatiza a necessidade de oferecer descontos nas mensalidades universitárias
para os filhos de pessoas que vivem ilegalmente nos EUA. Entretanto, Steve
Kropper, co-presidente da Massachusetts Citizens for Immigration Reform, alegou
que o mercado de trabalho encontrará formas de lidar com a falta de
mão-de-obra.
“O fluxo da imigração
ilegal é principalmente sobre mão-de-obra pouco qualificada e salários baixos”,
disse Kropper. “Nós temos uma alta porcentagem de desemprego relacionada a
trabalhadores pouco qualificados”.
Oferecer descontos nas
universidades encorajaria a vinda de mais imigrantes ilegais, disse ele.
Os imigrantes, que
formam 14.4% da população do estado, pagam 14% do imposto de renda, segundo o
estudo. Os estrangeiros utilizam um pouco mais o sistema escolar, entretanto,
menos serviços médicos e penitenciários e quase o mesmo índice de cupons
alimentos, disse Matthews.
O estudo revelou que
9.7% dos prisioneiros em Massachusetts são imigrantes, enquanto que 17.7% dos
indivíduos com idade entre 18 e 64 anos são imigrantes. Os autores da pesquisa
utilizaram dados acumulados pelo Censo e pelo Departamento Penitenciário.
O chefe do Departamento
de Polícia de Framingham, Steven Carl, disse que a etnia não afeta a
criminalidade, mas que outras circunstâncias, como o vício em drogas,
certamente a influenciam. “Ninguém nasce criminoso”, comentou.
Carter disse que as
estatísticas do sistema carcerário refletem o “caráter e qualidade das pessoas
que chegam aos Estados Unidos, pois sabem que existe oportunidades aqui, as
quais eles não foram criados” em seus países de origem.
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