A Grécia abriu na segunda-feira, na periferia da capital, seu
primeiro campo de detenção especialmente construído para imigrantes sem
permissão de residência. A inauguração transcorreu a uma semana das eleições
nacionais, em cuja campanha a imigração tem emergido como fator central, em
meio a recessão e endividamento crônicos.
Pesquisas
de intenção de voto mostram que os extremistas de direita contam com o apoio de
5% do eleitorado grego. Isso lhes garantiria assentos no parlamento pela
primeira vez. Os imigrantes têm sido alvo da campanha eleitoral dos radicais.
Como
recurso para conquistar votos, o partido socialista PASOK, atualmente no poder,
e seu rival conservador Nova Democracia também prometem combater a imigração.
Numa manifestação em Atenas, nesta segunda-feira, o ministro da Proteção Civil,
Miahlis Chrysohoidis, declarou: "Estamos enviando uma mensagem em todas as
direções: o país não está mais desguarnecido".
Na
semana anterior, o líder oposicionista conservador Antonis Samaras declarara
que deteria o que chamou de "invasão desarmada" por parte de
imigrantes sem permissão.
Cercas e batidas
As autoridades gregas estão também erguendo uma cerca de arame ao longo de parte do Rio Evros, que faz fronteira com a Turquia e configura um importante ponto de ingresso dos imigrantes ilegais. Nos últimos anos desde a adoção de medidas de controle mais severas nas outras fronteiras no Mar Mediterrâneo a Grécia se tornou o principal ponto de acesso à União Europeia para imigrantes sem papéis. A cada ano, cerca de 130 mil deles 90% do volume total do bloco de 27 países entram na UE através da Grécia.
Numa
batida no início de abril, a polícia deteve milhares de chamados
"imigrantes ilegais" que ocupavam prédios vazios em Atenas. As autoridades
calculam que haja cerca de 1 milhão de imigrantes em meio à população da
capital, de 11 milhões de pessoas. Atualmente estão sendo processados 30 mil
requerimentos de asilo.
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