sexta-feira, 25 de maio de 2012

A MORTE DA ESTUDANTE ANGOLANA INTERPELA A COMUNIDADE AFRICANA PARA UMA AÇÃO



A morte de estudante angolano nos interpela para uma reflexão e uma ação concreta
Acabamos de receber a notícia triste de que uma discussão de bar entre estudantes africanos angolanos com alguns clientes brasileiros acabou em morte de uma universitária angolana e ferimento dos outros em São Paulo.
Esse fato é mais um que faz o quadro triste de não proteção dos cidadãos africanos, sobretudo os estudantes, no território brasileiro. A transferência do racismo contra os negros-brasileiros para os corpos dos negros-africanos é uma das explicações dessa violência que tendem quase ao genocídio dos africanos no país: o fato de ser negro se torna o motivo de eliminação dos portadores da negritude.
Se não é a polícia que comete essas ações bárbaras, são os cidadãos brasileiros comuns que o fazem. Pois, na sua mente acreditam que o corpo negro não vale nada e o corpo negro-africano pior ainda. Essa prática racista e desumana para ser compreendida deve-se acionar a arqueologia da escravidão racial das plantações e o racismo do século XIX que deixaram suas marcas nas estruturas sociais e burocráticas dos séculos XX e XXI no Brasil. Essas práticas andam contra os direitos humanos e da Constituição Brasileira.
É com muita tristeza que Nós, a Comunidade Africana residente no Brasil, representada aqui pelo Instituto do Desenvolvimento da Diáspora Africana no Brasil (IDDAB), recebeu com grande tristeza a morte e a violência cometida contra nossas irmãs e irmãos estudantes angolanos. É com muita tristeza que estamos denunciando que essas ações estão cada vez mais se multiplicando e queremos ações concretas da parte das autoridades governamentais brasileiras e diplomáticas africanas: punir os criminosos e garantir a segurança dos africanos no território nacional.
Da parte da sociedade civil africana, lançamos mais uma vez o apelo de nos UNIRMO-NOS em fóruns locais, regionais e, um dia, nacional. “Se nos deitarmos, estaremos mortos” (Ki-Zerbo). “Ubuntu” é e deve ser a nossa força de luta no Brasil. Pois, este país foi construído com o sangue, suor e as mãos de nossos avós africanos !
Aos parentes angolanos que perderam a sua filha, expressamos a nossa grande tristeza.
A embaixada angolana e às outras embaixadas africanas localizadas no Brasil, deixamos aqui o nosso voto de nos encontrar para acharmos uma solução urgente em relação aos problemas que a Comunidade Africana está enfrentando nas cidades brasileiras, sobretudo os estudantes quanto à sua segurança.

Nota de apelo – IDDAB

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