Padre da Paróquia de São Geraldo afirma que
migração de haitianos para o Amazonas terminou. Seis mil passaram pelo Estado.
De
acordo com o padre Gelmino Costa, da Paróquia de São Geraldo, zona centro-sul
de Manaus, desde que saiu o decreto determinando o número de vistos
liberados por mês aos haitianos para entrar no Brasil, houve mais oferta do que
procura. “Ainda temos 3 mil haitianos em Manaus. Mas sei que a imigração chegou ao fim. O
número de procura lá no Haiti para tirar visto foi menor que a oferta, que é
130 por mês”, disse.
A
Paróquia de São Geraldo é o ponto de refúgio dos haitianos que chegam a Manaus.
Dos 6
mil haitianos que passaram por Manaus desde o ano passado, pelo menos mil
já foram para outros Estados brasileiros em busca de melhores oportunidades de
emprego. Paraná, Rio Grande do Sul, Minais Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo
são os principais destinos dos imigrantes.
De
acordo com o padre Gelmino, nos últimos meses os empresários do Sul e Sudeste
do País têm entrado em contato com a Igreja Católica para contratar os
haitianos para trabalhar. “Os empresários nos ligam e pedem informações sobre
os haitianos. E nós também perguntamos como será o trabalho que eles vão exercer,
suas condições e os salários”, disse.
“Só para
o Paraná já mandamos 230 haitianos. No Rio Grande do Sul, eles já foram para 15
cidades. No total, mais de 500 haitianos foram solicitados por empresários”,
contou, acrescentando que até o final desta semana cerca de 50 seguem para
outros Estados.
O padre
disse, ainda, que muitos haitianos saíram de Manaus com destino a São
Paulo por conta própria. “Eu calculo que pelo menos 400 deles foram para
São Paulo. Mas essa ida não encorajamos. Se eles vão é de forma espontânea”,
informou.
Segundo
ele, os haitianos que procuram São Paulo não são aqueles que acabaram de chegar
a Manaus e, sim, os que já juntaram algum dinheiro trabalhando aqui. “Eles
(paulistas) pagam mais do que em Manaus”, disse.
Solidariedade
O padre
falou sobre as diferentes leituras que a sociedade manauara fez diante da
imigração haitiana e reconheceu que o povo amazonense é o mais generoso
que conheceu.
“Tem
gente que fica só observando e não faz nada. Já têm outros que ajudam mesmo.
Temos vários milagres de doação. O povo de Manaus é generoso”, disse,
acrescentando que os haitianos receberam mais de 400 mil quilos de alimentos.
D24M
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