Os responsáveis pela Cáritas na Europa mostraram-se “alarmados”
com os efeitos da crise económica sobre os “mais vulneráveis da sociedade”, em
particular na Grécia, após um encontro de três dias que decorreu na Polónia.
“A Cáritas Europa está preocupada com a evolução das políticas
atuais, que considera de solução fácil e a curto prazo não enfrentando os
desafios fundamentais das nossas sociedades”, assinala o documento conclusivo
da reunião, hoje enviado à Agência ECCLESIA.
Os representantes da organização católica para a solidariedade
marcaram presença numa conferência regional europeia, realizada em Varsóvia,
entre quinta-feira e sábado.
“Os sistemas de proteção social, como forma de redistribuição da riqueza, estão a enfraquecer e a falhar precisamente numa altura em que são absolutamente necessários para combater a pobreza”, alerta a organização.
O comunicado de Varsóvia sublinha, em particular, os efeitos da crise na “promoção de cuidados para e na sociedade, com uma atenção especial para os mais vulneráveis”.
Num encontro dedicado às migrações, os responsáveis da Cáritas sustentaram que “a emigração abre espaços para a ‘fuga de cuidadores’”, deixando “mais crianças e famílias expostas à pobreza”.
“Além disso, muitos países estão a utilizar a crise como argumento para a redução de orçamentos para da cooperação para o desenvolvimento, aumentando as desigualdades e a pobreza estrutural no mundo inteiro”, acrescentam as conclusões do encontro.
O texto final deixa críticas às políticas que restringem o direito ao reagrupamento familiar, as quais “podem deixar os membros da família com poucas opções para além da entrada irregular nos países de destino ou prolongar a sua estadia para além da data autorizada”.
Reforçar a comunicação e as estratégias de cooperação entre as organizações Cáritas dos países de origem e destino é uma das decisões tomadas pelos 49 presidentes da Cáritas na Europa que estiveram na capital polaca.
A Cáritas Portuguesa participou nos trabalhos da Conferência Regional com a presença do seu presidente, Eugénio Fonseca, e do responsável do Departamento Internacional, João Pereira.
OC
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