sábado, 26 de fevereiro de 2011

Itália teme êxodo líbio; UE prevê 1,5 mi de imigrantes


Centenas de cidadãos turcos esperam para deixar Benghazi, na Líbia, fugindo da crise que assola o país
Centenas de cidadãos turcos esperam para deixar Benghazi, na Líbia, fugindo da crise que assola o país
O governo italiano revelou nesta quarta-feira o temor de que a queda do ditador líbio Muammar Gaddafi possa estimular a partida de milhares de imigrantes ilegais rumo à Itália e outros países europeus como a Grécia.
Já a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex) estima que entre 500 mil e 1,5 milhão de líbios possam pedir refúgio do outro lado do Mediterrâneo.
O chanceler da Itália Franco Frattini alertou em entrevista ao jornal "Corriere della Sera" que a fuga de líbios pode se converter num "êxodo bíblico", sendo uma onda até dez vezes maior do que a crise registrada em 1997 quando refugiados da Albânia migraram rumo ao país.
"Na Líbia, um terço da população não é originária do país, mas subsaariana. Estamos falando de 2,5 milhões de pessoas que, no caso da queda do sistema do país, escaparão porque ficarão sem trabalho. Nem todos [virão] à Itália. Grécia está muito mais perto de Cirenaica e Benghazi", avaliou o chanceler, acrescentando que a parte leste do país é "terra de ninguém".
"Na Cirenaica, como se sabe, existem tribos e nós não temos ideia de quem são", revelou, destacando que o que se sabe deles é que são perigosos e contam com integrantes da rede terrorista Al Qaeda, e que por isso no fim de 2006 a Itália decidiu fechar seu consulado na região.
Os ministros de Interior da UE se reunirão nesta quinta-feira em Bruxelas para debater pela primeira vez as consequências na imigração das revoltas do norte da África.

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