A Justiça Federal de Sorocaba condenou nesta terça-feira (8) o comerciante Airton Oliveira Gomes, de Mauá, a cinco anos de prisão. Ele foi considerado culpado pelos crimes de tráfico de pessoas e estelionato.
Airton era acusado de cobrar para levar oito brasileiros - cinco mulheres, um casal e o filho de 2 anos - para a Inglaterra, com promessa de moradia, documentos oficiais, além de emprego registrado em carteira e com salários de US$ 2 mil. Ao chegarem ao país, as vítimas não receberam casa, tiveram de trabalhar de forma clandestina e acabaram deportadas.
O comerciante foi denunciado à Justiça em 2006 pelo Ministério Público Federal de Sorocaba, mas o caso já era conhecido ela procuradoria desde 2001. A demora na decisão se deve à dificuldade de encontrar e ouvir o acusado e as vítimas.
O juiz federal Marcos Alves Tavares determinou ainda a aplicação de multa e que o acusado pague os prejuízos das vítimas, que foi estimado em R$ 30,8 mil. O réu poderá recorrer da sentença em liberdade.
Palestra
De acordo com o processo, Airton atraiu suas oito vítimas em uma palestra dada em Itapetininga em 2000. No evento, ele disse contratar trabalhadores para empresas do Reino Unido, nas áreas de produção industrial, empresas de frutas, ração e verduras. Os interessados preencheram uma ficha cadastral e receberam instruções sobre como enganar a imigração britânica, já que chegariam ao país como turistas.
Já na Inglaterra, o grupo recebeu seus "documentos oficiais", cédulas de identidade falsas que os registravam como trabalhadores portugueses. Após dois meses e meio recebendo apenas R$ 500 por semana, os trabalhadores foram descobertos pelas autoridades britânicas, presos e deportados de volta ao Brasil.
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