sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Trípoli e UE traçam acções comuns contra imigração clandestina

Trípoli - A Comissão europeia e a Líbia traçam acções comuns para lutar contra a imigração clandestina, sem abordar o seu financiamento, anunciou terça-feira à noite uma delegação europeia de alto nível no termo de uma visita de dois dias a este país africano, anunciou hoje (quarta-feira) a AFP.

"Assinamos uma agenda de cooperação que cobre várias vertentes a começar pelas raizes da imigração, a vigilância das fronteiras e o combate contra o tráfico de seres humanos", declarou Cécilia Malmström, Comissária europeia responsável pelas questões de imigração.

De acordo com um comunicado conjunto distribuído aos jornalistas, a Líbia e a UE afirmam estarem de acordo sobre uma "lista de iniciativas para uma eventual cooperação", compreendendo nomeadamente "medidas concretas para um sistema de vigilância das fronteiras" e os problemas ligados à mobilidade e "ao diálogo sobre os refugiados".

Malmström reconheceu que continuam a existir divergências no que diz respeito a convenção de Genebra sobre os refugiados que a Líbia rejeita assinar.

"Mas estamos de acordo em trabalhar juntos para garantir os direitos dos mais vulneráveis e a protecção dos refugiados", disse durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu colega responsável pelos acordos de cooperação entre a UE e os seus vizinhos, Stefan Füle.

Sobre a questão de financiamento, Mamström considerou que era necessário "primeiro estudar os programas de cooperação antes de falar em financiamento".

A respeito dos cinco bilhões de euros por ano reclamados por Trípoli para "parar definitivamente" a imigração clandestina a partir da sua costa, afirmou ter evocado este número com os ministros líbios dos Negócios estrangeiros Moussa Koussa e do Interier Abdelfatteh El Obeidi.

"Os dois ministros asseguraram que este montante não é destinado apenas à Líbia mas para toda a África", a fim de favorecer o desenvolvimento nos países de origem, disse, afirmando que a UE concedeu já cinco bilhões de euros de ajuda à África e irá financiar um programa de luta contra a imigração clandestina na Líbia orçada em 50 milhões de euros.

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