Os partidos nacionalistas e os que apoiam a imigração estão a penetrar rapidamente na área de decisão da política europeia.
A Suécia apontou o sentido do futuro da Europa e não é a primeira vez que o faz. Durante décadas, fomentou o modelo misto de comércio livre e solidariedade social que se transformou no ideal europeu. Mas acabou-se. Nas eleições de setembro, os suecos juntaram-se aos seus vizinhos menos bem sucedidos da UE, voltando as costas à política tradicional.
Agora, até os determinados suecos fizeram entrar para o Parlamento um conjunto de políticos obcecados com uma intuição de perda de identidade nacional e danados com os imigrantes, que supostamente ameaçam a sua singularidade sueca. Assiste-se assim ao surgimento de uma nova política na Europa. Há uma década, as políticas extremistas confinavam-se a franjas ideológicas. Hoje, surgem como forças parlamentares e começam a mudar a forma como os outros partidos se comportam e falam.
A Europa depois da queda do Muro já não enfrenta uma reconhecível ameaça comum e, na falta de acordo em que a Aliança Atlântica seja uma prioridade premente, a política perdeu amarras. A política da Gemeinschaft (comunidade) está a substituir a política da Gesellschaft (sociedade). Aqueles que responsabilizam os imigrantes ? ou a energia nuclear, ou a UE, ou os muçulmanos, ou os judeus, ou a economia de mercado, ou os EUA ? pela sua consternação nacionalista estão-se a unir em novas comunidades políticas, todas prejudiciais à sociedade. Governar uma sociedade requer empenho e uma seleção de prioridades. O impulso orientador da nova política identitária, na Europa, é dizer "Não!".
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