A Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural reconheceu ontem, em Braga, que ainda há um longo caminho a percorrer em matéria de inclusão social das comunidades ciganas. Rosário Farmhouse prossegue hoje, na capital minhota, uma jornada de trabalho de dois dias
que designou de ‘ACIDI junto das comunidades ciganas’.
“Ainda há um longo caminho a percorrer, de parte a parte, em matéria de inclusão das comunidades ciganas. Ainda existem muitos medos, muitos preconceitos e estereótipos que têm de ser combatidos”, referiu Rosário Farmhouse, chamando a atenção para o facto de as comunidades ciganas ainda estarem em situação de exclusão “quer por via da escola, do abandono ou do insu-cesso escolar, por via do desemprego e, infelizmente em alguns casos, por entrarem pela malha da criminalidade”.
A Alta Comissária — que falou aos jornalistas no final de uma audiência com o presidente da Câmara de Braga — sublinhou que “o caminho a percorrer não é fácil e depende de todos. Tem que haver um equilíbrio entre direitos e deveres e esse é um trabalho que tem de ser feito em conjunto”.
“Este trabalho de inclusão social tem de ser feito nos dois sentidos. Ou seja, só se consegue com o contributo de todos. Do lado do ACIDI — Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural temos proporcionado oportunidades, nomeadamente com o programa ‘Escolhas’ dirigido a crianças e jovens e que lhes mostra a oportunidade de fazer outras escolhas, com um futuro maior e melhor. Porém, do outro lado tem de haver vontade de agarrar essa oportunidade”, enfatizou Rosário Farmhouse.
O ACDI está a trabalhar no sentido de sensibilizar as comunidades ciganas para que sejam os actores da sua própria vida, uma vida que se quer plena de direitos e de deveres, “para que se sintam integradas, mais incluídas, para que não sejam marginalizadas, nem marginalizem”, vincou a Alta Comissária.
Rosário Farmhouse teve ontem uma agenda de trabalho bastante apertada, que começou com a assinatura de um protocolo entre o ACIDI e a Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Acção, que tem sede em Braga.
O objectivo deste protocolo é incentivar a participação cívica e cultural dos imigrantes e das minorias étnicas nas instituições portuguesas, nomeadamente através das suas associações representativas para um exercício pleno da sua cidadania, garantindo o acesso destes cidadãos a informação relevante, designadamente direitos e deveres de cidadania.
Este protocolo tem subjacente o facto de que para ambas as instituições é prioritária a inclusão social de crianças e jovens provenientes de contextos socioeconómicos mais vulneráveis, em particular os descendentes de imigrantes e de minorias étnicas tendo em vista a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social. O director da Agência, Pompeu Martins, deu nota de que no âmbito deste protocolo estão já planeadas duas acções de formação a realizar em 2011
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