Nossa cidade tem-se revelado um importante polo industrial, fruto de um povo, sério, honesto e trabalhador. Sua pujança econômica, herdada de nossos pais e ancestrais, nos permitiu legar um polo de desenvolvimento econômico invejável ao nosso Estado. Infelizmente, aqui começam nossos problemas: o imigrante que aqui busca nova oportunidade.
Por uma questão de lógica, nós, nossos pais e ancestrais, um dia também fomos migrantes. De uma forma geral, o Brasil sempre foi uma terra de imigrantes que aportaram de todos os continentes do mundo. Entretanto, há uma diferença entre os imigrantes ancestrais e os atuais. Segundo alguns historiadores, os imigrantes europeus que aqui aportaram desde o início do Século 19 vieram em circunstâncias semelhantes às dos dias atuais, mas com objetivos diferentes. Na época, a Europa sofria uma grave crise social de emprego e uma disputa religiosa no meio cristão. Estes imigrantes encontraram no Brasil a esperança e a oportunidade, para refazer suas vidas, manter sua fé sem os constrangimentos que sofriam na Europa.
Por outro lado, com todas as críticas ao governo imperial brasileiro, a imigração da época foi bem planejada e organizada. Os candidatos a imigrantes eram, através das organizações diplomáticas brasileiras naqueles países, devidamente selecionados em grupos familiares e quando aqui aportavam tinham garantidos subsídios para se instalar no Brasil.
A imigração hoje ao redor do mundo é decorrente da fome, miséria, perseguições políticas, mas também de oportunismo, sem qualquer respeito ético e mesmo cultural aos países recebedores. Em relação às migrações internas, estas sempre foram na busca de oportunidades de emprego. Infelizmente, com todo o esforço em bem recebê-los, somos também assediados por oportunistas em busca de vantagens.
Pela ética cristã, devemos receber com acolhimento o desempregado imigrante, mas não temos nenhuma obrigação de aceitar o desempregado assaltante.
SERGIO SEBOLD|Economista e professor
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