Para o Departamento de Imigração, o fato de imigrantes terem servido às Forças Armadas, não significa que eles não possam ser deportados do país.
Um imigrante jamaicano que já serviu no U.S. Marine Corps está preso na Califórnia e pode ser deportado. Rohan Coombs, 43, entrou em depressão e se envolveu com drogas. Defensores dos direitos dos imigrantes tentam agora mudar a lei para quem serviu nas forças armadas americanas.
Segundo matéria da Associated Press (AP), Rohan veio ainda criança de forma legal para os Estados Unidos. Serviu em bases no Japão e Filipinas. Durante os 10 meses em que esteve no Golfo Pérsico, perdeu vários amigos. Tomado pela ansiedade e depressão depois da guerra, foi pego com drogas.
Uma corte marcial em 1991 condenou Rohan a 18 meses de prisão por posse de cocaína e maconha, com a intenção de distribuir. “As coisas iam bem, aí algo acontecia”, disse ele, cujo casamento o salvou. Com a morte da esposa em 2001, por complicações devido a diabetes, o jamaicano começou novamente a fumar maconha. Em 2008, Rohan foi novamente apanhado vendendo maconha, e foi condenado a oito meses numa prisão estadual.
Encaminhado a imigração (ICE) depois de cumprir a pena, Rohan está num centro de detenção em San Diego (CA) há 22 meses. O acusado entrou com apelação na 9ª Corte do Circuito Americano. Consciente dos erros que cometeu, o imigrante desabafou. “Esta é a única vida que conheço. A única vez que deixei este país foi quando servi. Esta é a minha casa”.
Natural da Libéria, Dardar Paye também pode ser deportado. Nos EUA desde os 13 anos de idade, o imigrante se alistou no exército em 1998, e serviu no Kuwait e no Kosovo. Quando voltou para New Jersey, trabalhou por um ano e meio na Guarda Nacional. Há dois anos, foi parar na prisão federal por crimes com armas. Paye se sente traído por ter arriscado a vida nas guerras e estar em processo de deportação. “Sinto-me agora como se tivessem me usado para o que quiseram, e agora estão me jogando fora”, disse.
Defendendo os imigrantes veteranos
Craig Shagin, advogado de defesa de Rohan Coombs, argumenta que pessoas como o cliente dele lutaram pela pátria. “Serviram em nossos uniformes, nossas guerras”, disse. Bob Filner, deputado democrata que é presidente do Comitê dos Veteranos, tenta agora mudar a lei, e quer evitar que os imigrantes veteranos de guerra sejam deportados. “Você volta do Iraque ou Afeganistão hoje, se colocou na linha de frente pelo país. Simplesmente deportar estas pessoas não é uma boa forma de agradecê-las pelos serviços”, disse o político.
Segundo Margaret Stock, reservista recém aposentada do exército e advogada de imigração, não existe alívio para os veteranos que recebem acusações relativas a drogas e armas, como no caso de Coombs e Paye.
De acordo com a porta voz do ICE, Lori Haley, a prioridade da imigração é identificar e remover do país criminosos perigosos, o que inclui pessoas que prestaram o serviço militar.
A lei de 1996 expandiu a lista de crimes que podem levar estrangeiros sem cidadania à deportação. Imigrantes nesta situação que morrem durante o serviço militar ganham cidadania e recebem honras militares durante os funerais.
“Se eu tivesse morrido, teriam me tornado cidadão, me dado um funeral militar e a bandeira para minha mãe. Mas não morri. Aqui estou. Só quero outra chance”, disse Rohan Coombs.
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