quarta-feira, 16 de março de 2016

Merkel recusa alterar política de imigração

A chanceler alemã Angela Merkel afirmou ontem que vai manter a sua política de ‘portas abertas’ a todos os migrantes do Médio Oriente e África, apesar do seu partido CDU ter sofrido no domingo uma forte derrota em três eleições regionais.

“Vou continuar a seguir no mesmo caminho que tenho percorrido nos últimos meses. Penso que a posição de aceitação é a correcta, e não penso que ela tenha sido colocada em questão” nas eleições, disse Merkel, após uma reunião do conselho executivo da CDU para examinar os resultados eleitorais.

E os conservadores têm razões para estarem preocupados: em todos os estados que foram às urnas, nomeadamente o Baden-Württenbert, a Renânia-Palatinado e a Saxónia-Anhalt, a CDU registou uma quebra da sua votação, tornando impossível a manutenção das coligações que governavam estes estados. Mesmo na Saxónia-Anhalt, o único estado onde a CDU se manteve como o partido mais votado com 29,8% dos votos, o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que se opõe à entrada ilimitada de migrantes do terceiro mundo, obteve 24,2%, tornando-se na segunda maior força política local. Este resultado torna impossível a formação de uma coligação, uma vez que a CDU recusa alianças com partidos que não aceitem a chegada sem limites de migrantes do Médio Oriente. O facto do AfD ter também registado fortes resultados nos outros estados (15% no Baden-Württenberg e 12,5% na Renânia-Palatinado) é visto por todos os analistas como um sinal do descontentamento dos alemães com a chegada de mais de um milhão de migrantes ao país em 2015, podendo um número semelhante chegar este ano à Alemanha.

Admitindo que domingo foi “um dia difícil” para o partido, Merkel afirmou que vai continuar a procurar uma “solução europeia de longo prazo” para a crise migratória, a qual passará por um entendimento com a Turquia, sublinhando que a acumulação de dezenas de milhares de migrantes na fronteira entre a Grécia e a Macedónia “não é sustentável”. Mas para Hirst Seehofer, líder da bávara CSU, parceiro da coligação governamental de Merkel, os resultados de domingo foram “um desastre”, que demonstra que os eleitores rejeitam a entrada ilimitada de imigrantes dos países islâmicos.

“A resposta a este resultado não pode simplesmente ser de que a política é correcta e de que não precisamos de mudar nada. Nós na CSU queremos ver correcções” à política de Merkel, disse Seehofer. Já a líder do AfD, Frauke Petry, sublinhou que agora é preciso “discutir abertamente” os problemas criados pela entrada incontrolada de um milhão de migrantes, contrariando a política do governo de recusar por completo qualquer discussão sobre o assunto.

Economico

miguelimigrante.blogspot.com

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