Bolivianos, haitianos, sírios e russos. Estas
são as nacionalidades de imigrantes atendidos na rede estadual de ensino em
Mato Grosso este ano. A estimativa é que o número de alunos chegue a 500, o
dobro recebido em 2015 - ano em que a Secretaria de Estado de Educação Esporte
e Lazer (Seduc) iniciou o atendimento das especificidades deste público.
A procura por vagas na rede vem aumentando
gradativamente. Em 2014, a Seduc registrou acréscimo devido a chegada de
imigrantes para trabalhar em obras da Copa do Mundo. Já em 2015, mais 155
haitianos – que representam a maioria dos alunos estrangeiros - se inscreveram
nas unidades escolares.
Para todos os novos estudantes estrangeiros, a
adaptação à Língua Portuguesa é o primeiro desafio a ser vencido. Em geral, são
necessários três meses para que os estudantes consigam se comunicar em
português, o que vem exigindo das equipes pedagógicas uma preparação especial
para garantir aos estudantes estrangeiros um bom acolhimento e a efetiva
inserção na comunidade escolar, nas unidades estaduais e nos Centros de
Educação de Jovens e Adultos de Barra do Garças, Cárceres, Cuiabá, Colíder,
Lucas do Rio Verde, Sorriso e Várzea Grande.
O secretário ajunto de Política Educacional da
Seduc, Gilberto Fraga de Melo, explica que apesar de matricular os estudantes,
até o início dessa gestão, as escolas realizavam um atendimento precário. Por
isso, a matriz curricular nos EJAs e Cejas com alunos imigrantes foi adaptada e
as salas ganharam a presença do intérprete.
O secretário destaca que o bom atendimento
realizado pela Seduc já garantiu o ingresso de imigrantes no Ensino
Profissionalizante ou Superior, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem).
Política Estadual
Ainda em 2016, o acolhimento aos alunos
estrangeiros será aperfeiçoado e contará com um planejamento amparado na
Política Estadual para Educação da População Imigrante. Mas algumas ações
previstas neste plano já acontecem nas escolas, como a presença dos intérpretes.
Outra ação de inclusão da Seduc é a busca
ativa de alunos oriundo da Bolívia. Para Melo, apesar da proximidade entre os
países, é preciso lembrar que os bolivianos são estrangeiros e devem ter o
mesmo tratamento destinado aos demais imigrantes.
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