Crianças centro-americanas desacompanhas dormem no centro de detenções de imigrantes em Brownsville (TX) (Foto: RevealNews.org)
Desde janeiro desse ano, as
autoridades migratórias tentam cumprir as ordens de deportação emitidas em nome
de milhares de menores indocumentados
As 55 Cortes de Imigração nos EUA emitiram 10.142 ordens de
deportação em nome de crianças centro-americanas que entraram clandestinamente
e desacompanhadas no país desde 2014. Entre elas, segundo dados do Escritório
Executivo de Revisões Migratórias do Departamento de Justiça, 8.912 delas foram
emitidas “em ausência”.
Ativistas defensores dos direitos dos imigrantes alegam que na
última semana de janeiro agentes federais começaram a deter homens e mulheres
com perfis específicos: Jovens centro-americanos que entraram clandestinamente
nos EUA na infância e que agora têm mais de 18 anos. “O Departamento de Imigração
(ICE) está sem sombra de dúvidas esperando que eles se tornem adultos para
prendê-los. Este é o perfil de todos os jovens que foram presos em Charlotte
(NC)”, disse Anna Miriam Carpio, do grupo União Salvadorenha, que ajuda as
famílias afetadas pelas detenções.
“A Carolina do Norte tem sido uma espécie de laboratório para a
forma como os agentes federais de imigração em outros estados lidarão com os
jovens desacompanhados salvadorenhos, hondurenhos e guatemaltecos que chegaram
a esse país”, acrescentou Anna.
José Hernandez Paris, diretor executivo da Coalisão Americana
Latina em Charlotte, disse que durante um encontro com representantes do ICE os
ativistas pediram às autoridades para não prenderem os jovens em para de ônibus
escolares a caminho das aulas, mas os agentes sempre se referiam aos jovens
como “adultos” e se recusavam a chama-los de “estudantes”.
“Essa cidade não deveria tolerar estratégias que colocam os
menores em perigo e isolam toda uma comunidade que se tornou parte integral
dela”, comentou José, acrescentando que entre 15 a 20 alunos da escola
secundária em Charlotte estão na mira do ICE para deportação.
A meta do ICE desde o início de 2016 tem sido o cumprimento das
ordens de deportação o mais rápido possível de forma que envie uma mensagem aos
países centro-americanos sobre o destino inevitável daqueles que planejam
entrar nos EUA clandestinamente. “Há um mês, desde que o ICE começou a deter
jovens nas ruas, as vizinhanças hispânicas sofreram terror e angústia
constantes”, disse Byron Martinez, da ONG United We Stand, com sede em Gaston
County, na Carolina do Norte.
Brasilian Voice
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