sábado, 12 de março de 2016

Asiáticos ultrapassam mexicanos na migração aos EUA

Em 37 estados americanos, a China e a Índia são os países de origem mais comuns dos novos imigrantes, segundo uma pesquisa baseada em dados do Censo. Os números revelam uma queda brusca na migração mexicana desde 2005 e apontam para uma mudança dramática em direção à Ásia como a fonte dominante de novos imigrantes.

Há uma década, o México era o país de origem mais comum dos recém-chegados, ou seja, aqueles que vivem há 1 ano ou menos nos EUA, na maioria dos EUA, 33 estados. Já em 2014, o cenário mudou, pois o México era a fonte em somente 12 estados e os imigrantes oriundos da China e Índia eram duas vezes predominantes em muitos estados.

Grande parte da mudança pode ser atribuída à economia. Durante o pico do mercado imobiliário nos EUA, ainda em 2005, inúmeros mexicanos migraram para trabalhar na construção civil. Entretanto, o estouro da bolha imobiliária e a recessão econômica, além do endurecimento da vigilância na fronteira com o país vizinho oportunidades melhores de trabalho no México, reduziram drasticamente o fluxo. Enquanto isso, as vagas de trabalho para profissionais com habilidades técnicas e científicas tem atraído um crescente número de imigrantes chineses e indianos.

Os dados do último Censo revelaram que 428 mil novos imigrantes oriundos da China e Índia migraram em 2014, mais que o dobro verificado em 2005. Enquanto isso, o número de imigrantes mexicanos caiu dois terços, para 240 mil. Em 2000, o fluxo alcançou o pico de 875 mil.

Entre 2014 e 2015, aproximadamente 60 mil estudantes chineses e indianos vieram estudar nos EUA, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto de Educação Internacional (IIE). Inúmeros deles tendem a ingressar no mercado de trabalho depois de graduarem-se, com a ajuda de programas de vistos para mão-de-obra altamente qualificada.

Em 2014, os imigrantes indianos ocuparam dois terços dos 160 mil anuais H-1B para profissionais altamente qualificados, enquanto os chineses 87% dos 8.800 vistos EB-5 para investidores que gerarem empregos. Juntos, indianos e chineses ocupam um terço dos 150 mil vistos L-1 para gerentes ou funcionários qualificados em filiais no estrangeiro que transferem seus empregados à sede nos EUA.

Embora os vistos de emprego sejam temporários, eles são renováveis e permitem competir com os 140 mil green cards por contrato de trabalho liberados anualmente. Embora não haja dados exatos sobre quantos vistos de trabalho se convertem em green cards e cidadania, eles oferecem um caminho à imigração legal.

Em Illinois, a chegada de novos imigrantes despencou 71% entre 2005 e 2014 para aproximadamente 11.300, enquanto que o número de novos imigrantes indianos quase triplicou para aproximadamente 17.900. Já a chegada de novos imigrantes mexicanos em Michigan caiu pela metade, 3.700, durante o mesmo período, enquanto que os chineses quase quadruplicaram para 7.500, tornando a China o principal país fornecedor de imigrantes no estado, seguido pela Índia com 6.900.

Na Flórida, o número de novos imigrantes mexicanos caiu de 34 mil em 2005 para cerca de 7.700 em 2014, um declínio de 77%. Em contraste, o número de imigrantes oriundos de Cuba mais que dobrou, totalizando 54 mil. Durante o mesmo período, a Venezuela se tornou o 2º país de origem mais comum no estado, com 15 mil imigrantes novos.

Atualmente, os novos imigrantes tendem a entrar legalmente e possuem nível universitário muito mais que há uma década, disse a analista Jeanne Batalova, que trabalha em um estudo sobre as vantagens financeiras provocadas pela migração de profissionais qualificados em nível estadual e municipal.


Brasilian Voice
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