O papa Francisco defendeu que a Europa
“deve e pode mudar”, considerando que o continente não é capaz de responder à
atual crise migratória, numa entrevista publicada hoje pelo jornal italiano
Correiere della Sera.
“A Europa deve e pode mudar e deve e pode reformar-se. Se
não é capaz de ajudar economicamente os países de onde vêm os refugiados, então
tem de pensar no problema de como enfrentar este grande desafio que é, em
primeiro lugar, humanitário e não só”, afirmou.
A esperança do papa é que um dia “a Europa
sorria aos imigrantes”. Para Francisco, a Europa “tem de encarar este desafio
com inteligência” porque “por detrás [dele] está o terrível e enorme problema
do terrorismo”.
O papa considera também que “se quebrou um
sistema de educação: aquele que transmitia os valores de avós para netos e de
pais para filhos e é preciso pensar no problema de como o reconstruir”.
Francisco voltou a referir-se a uma “Europa
idosa que já não é fértil nem vivaz”, comparando-a a Sara, a mulher de Abraão
idosa que não pode ter filhos mas milagrosamente consegue procriar aos 90 anos.
O papa já havia usado aquela expressão
sobre a Europa no discurso que proferiu perante o Parlamento Europeu e contou
agora, nesta entrevista, que depois da sua deslocação a Estrasburgo lhe ligou a
chefe do Governo da Alemanha, Angela Merkel, “zangada” pela comparação da
Europa com “uma mulher estéril”.
“Perguntou-me se eu pensava mesmo que a
Europa não podia ter filhos e eu respondi que sim, que a Europa ainda pode ter
filhos porque tem raízes sólidas e profundas, porque teve e pode ter um papel
fundamental (…) e porque os momentos mais escuros mostraram que tem sempre
recursos”, contou.
Dinheiro vivo
miguelimigrante.blogspot.com.br
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