No dia (04/03), a guarda costeira italiana recuperou os corpos de 10 migrantes, vítimas do enésimo naufrágio no Canal da Sicília. Na embarcação, havia 439 pessoas.
Na chegada ao porto siciliano de Augusta, os migrantes foram acolhidos entre outros pela scalabriniana brasileira Ir. Teresinha Santin, e por Ir. Irmã Gjerline Preçi.
Neste testemunho ao Programa Brasileiro, Ir. Teresinha relata o drama e a emoção de acolher os sobreviventes e, sobretudo, os corpos dos náufragos:
“Chegamos ao porto comercial junto com a nave. O comandante do porto permitiu a nossa entrada com acesso direto aos imigrantes no desembarque. Nós estávamos ali muito emocionadas. Acolhemos os imigrantes, não podíamos dizer nada a não ser uma saudação, entregar água e calçado. Mas mais do que isto, o que para nós foi chocante foi podermos estar junto com uma família que perdeu três crianças na chegada: não sabem se as crianças foram mortas, se caíram no mar ou se estavam em outra nave. Demos consolo, o abraço, sem dizer uma palavra, porque era impossível dizer qualquer coisa. Nós vimos rostos tristes e, ao mesmo tempo, satisfeitos por terem posto pé na terra. Isto para nós foi realmente um momento muito forte. Éramos ali como Igreja. Quando desembarcaram os vivos, também acompanhamos o desembarque – e isto sim, que dor! – dos mortos. Eram dez. O primeiro foi um menino, um jovenzinho. Nós acompanhamos, rezamos no caixão, e depois partimos, porque não podíamos estar ali. Sofremos juntos e hoje, neste momento, estamos nos articulando para encontrar o cemitério para onde foram levados, para estar ali, com eles, e fazer este funeral em nome das famílias que não estão. Seremos nós a família deles.”
Radio Vaticano
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