quarta-feira, 11 de março de 2015

Perseguidos por sua orientação sexual, refugiados LGBTI conseguem proteção no Brasil

Se Neda, Ali e Ikenna estavam seguros sobre seus desejos, mantinham em segredo seus relacionamentos e manifestações afetivas. Assim, a invisibilidade e o anonimato tiraram deles as experiências e a liberdade que precisavam para desenvolverem plenamente sua sexualidade, sua afetividade e sua identidade.
Embora o pequeno número de refugiados LGBTI reconhecidos no mundo possa indicar que a perseguição baseada na orientação sexual ou diversidade de gênero seja irrelevante, o diretor de proteção internacional do ACNUR, Völker Turk[1] lembra que esta problemática vem sendo verificada ao longo da história da humanidade.
Desta forma, o ACNUR busca ampliar o conhecimento e a sensibilidade dos Estados sobre esta temática, com o lançamento de publicações e guias técnicos que auxiliam a tomada de decisões em relação aos pedidos de refúgio justificados por diversidade sexual e de gênero. Entre eles estão vários documentos disponíveis na internet, como o Guia sobre pedidos de refúgio baseados na orientação sexual e identidade de gênero (de 2008), a Mesa Redonda sobre Proteção Baseada na Orientação Sexual e Identidade de Gênero (de 2010) e o Guia Básico sobre o Trabalho com Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Intersexuais no Contexto do Deslocamento Forçado (de 2011). Mais recentemente, a Diretriz nº 9 sobre Proteção Internacional (de 2012) também se refere a esta temática.

Estabelecer a consciência sobre o dinamismo do desenvolvimento sexual e de gênero, compreender as diferentes formas da perseguição e identificar em cada caso papel ativo ou omisso das autoridades são outras ações necessárias. Assim, caminha-se para que o processo de deslocamento e de refúgio não seja um outro fator de diminuição da dignidade das pessoas e, principalmente, para se garantir a todos o direito de simplesmente ser quem se é.
Por Larissa Leite, de São Paulo
ACNUR

Nenhum comentário:

Postar um comentário